De acordo com cálculos realizados pelo presidente licenciado da Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores), Wallace Landim, com a proposta do governo federal de conceber um auxílio combustível de R$400, os caminhoneiros conseguiriam rodar cerca de 100 km em média. Este valor não é considerado o bastante para custear os gastos mensais da categoria
O cálculo realizado por Wallace considerou um caminhão que faz em média 2 km/l e os preços médio e máximo do diesel no país entre os dias 12 e 18 deste mês. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), no período citado, o preço médio do litro do diesel foi de R$6,90, e o máximo foi de R$8,63.
Por conta disso, os preços analisados ainda não tinham sido impactados pelo mais recente reajuste anunciado pelo Petrobras na última sexta, 17. Na ocasião, a estatal comunicou uma alta de 14,26% no diesel vendido para as distribuidoras.
Com o valor oferecido pelo auxílio, os caminhoneiros poderiam pagar 46 litros de diesel a R$ 8,63 e rodaria 92 km. Levando em conta o valor médio cobrado, ele pagaria cerca de 58 litros e rodaria 116 km.
Segundo o professor de Economia do Ibmec-Rio Caio Ferrari, um caminhoneiro gasta por mês entre R$ 5 mil a R$ 10 mil com diesel, caso mantenha o caminhão rodando direto. Desta forma, este auxílio não melhoraria as condições do profissional.
“No geral, é um valor muito baixo em relação ao custo que se tem com o combustível, é uma medida mais para inglês ver, terá pouca eficácia”, disse Caio ao UOL.
Ele ainda fala dos demais custos de manutenção do veículo. “É uma medida mais para dar alguma resposta do que para realmente ser alívio no bolso dos caminhoneiros”, complementou.
Auxílio aguarda parecer
Segundo informações do jornal Folha de São Paulo, os detalhes da idéia do auxílio foram definidos na última terça, 21, em uma reunião que contou com participação do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A informação teve a confirmação dos técnicos e integrantes do Palácio do Planalto.
A proposta ainda espera o parecer da Advocacia Geral da União (AGU), uma vez que existe receio de que este vale direcionado aos caminhoneiros viole a lei eleitoral.