Faltando apenas quatro meses para as eleições de 2022, o governo de Jair Bolsonaro pretende liberar mais uma transferência de renda. O auxílio combustível de R$ 1 mil será direcionado aos caminhoneiros que sofrem e reclamam constantemente sobre a alta dos combustíveis.
Bolsonaro tem se segurado a iniciativas no âmbito social, neste caso o auxílio combustível, na tentativa de conquistar o apoio dos eleitores. Foi o que o presidente fez ao substituir o tradicional Bolsa Família pelo Auxílio Brasil e implantar o Vale Gás. A junção de ambos paga em média R$ 450 a milhões de brasileiros vulneráveis.
No que compete ao auxílio combustível, a concessão do benefício ainda está em debate, sobretudo no que compete ao valor. Caso a proposta seja aprovada, a pretensão é fazer um repasse mensal de aproximadamente, R$ 1 mil. A quantia é mais que o dobro do Auxílio Brasil.
Lembrando que o Auxílio Brasil é voltado à população vulnerável que se enquadra nas linhas de pobreza ou extrema pobreza. Mesmo atendendo mais de 18 milhões de famílias, outras 764,5 mil seguem na fila de espera. Entretanto, o Governo Federal justifica não haver verba dentro do teto de gastos para incluir novas famílias no programa.
Por esta razão, o Palácio do Planalto tem se desdobrado para encontrar uma maneira de custear o novo pacote de medidas fora do teto de gastos. Esse pacote é composto pelo auxílio combustível e a ampliação do auxílio gás (vale gás nacional). A solução será a inclusão dos temas em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
Custos do auxílio combustível
De acordo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, deve ser determinado um limite de R$ 5 bilhões para custear essas medidas. Neste sentido, a equipe técnica do governo permanece em fase de apuração de dados como, o número de beneficiários em potencial. O foco será os caminhoneiros autônomos, apesar da expectativa de que o público-alvo gire em torno de 650 mil a 900 mil beneficiários.
Somente após determinar uma estimativa de beneficiários, será possível estabelecer o valor real do auxílio combustível, o limite de gastos, fonte de financiamento, critérios de concessão e demais regras necessárias. Essas normas poderão ser definidas pelos próprios parlamentares, apesar da resistência na pasta econômica.
O curioso é que, apesar de o governo se dispôr a beneficiar a classe, os próprios caminhoneiros criticam a iniciativa. Para o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, apelidado de Chorão, o ideal seria uma mudança na política de preços da Petrobras.
“Caminhoneiro não precisa de esmola, mas de dignidade”, declarou.