Levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que 5% dos brasileiros em vulnerabilidade social perderam 33,9% da renda média entre 2020 e 2021. Na realidade, o estudo indica que a perda afetou desde os mais pobre aos mais ricos, apesar de o impacto ter sido maior entre os cidadãos com menos condições financeiras.
A análise feita pelo IBGE não abrange somente o mercado de trabalho, se expandindo para diversas fontes de recursos, como programas sociais que estão em alta desde a chegada da pandemia. A queda na renda dos brasileiros em vulnerabilidade é a mais intensa entre as 13 classes sociais apuradas pelo instituto. Todas elas apontaram recuo nos últimos dois anos.
Na transição de 2020 para 2021, época em que o Brasil viveu o período mais crítico da pandemia da Covid-19, os 5% dos brasileiros em vulnerabilidade viram o rendimento médio domiciliar per capita cair de R$ 59 para R$ 39 por mês.
É justamente desta comparação média que saiu o resultado de queda na margem de 33,9%. É importante explicar que a renda domiciliar per capita consiste no ganho total da família que vive em uma única residência dividido pela quantidade de pessoas.
Neste sentido, notou-se que a segunda perda notória foi vivida pela segunda camada de brasileiros em vulnerabilidade com a menor renda média. São aqueles cujo rendimento teve uma variação baixa entre 5% a 10%.
Nessa faixa a renda caiu drasticamente em 31,8% de R$ 217 para R$ 148 na passagem de 2020 para 2021. Na outra ponta da lista a parcela da população brasileira 1% mais rica registrou uma perda de apenas 6,4%. A renda média per capita deste grupo passou de R$ 17 mil para R$ 15,9 mil em 2021.
Alta da inflação afeta renda dos brasileiros em vulnerabilidade
Os dados do IBGE mencionados acima fazem parte da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios Contínua (Pnad Contínua) cujo tema é: “Rendimento de Todas as Fontes 2021”. O estudo analisa não só os ganhos com o trabalho e programas sociais, como também fontes de renda como aposentadorias, pensões e aluguéis.
Conforme afirmado pela pesquisadora do IBGE, Alessandra Brito, ao Folha de S.Paulo, a inflação em alta foi a grande responsável pelas perdas generalizadas entre os variados grupos de brasileiros nos últimos dois anos, sobretudo em 2021.
Isso porque, os cálculos que dispuseram os resultados do levantamento consideraram o aumento dos preços de produtos e serviços, ajustados pela inflação.