Neste ano, os brasileiros precisam trabalhar 149 dias, equivalente a até o dia 29 de maio, apenas para pagar impostos. Ou seja, mais de 40% do tempo trabalhado é revertido em imposto. A estimativa foi realizada pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).
Orenda levantamento revela que o brasileiro compromete 40,82% do rendimento médio somente com o pagamento de impostos.
A depender do salário, o cenário se torna pior. Conforme estimativas, para quem recebe acima de R$ 10 mil, o tempo necessário é de 150 dias (ou até 30 de maio).
Já para quem tem rendimento mensal entre R$ 3 mil e R$ 10 mil precisa trabalhar 157 dias (ou até 6 de junho) para pagar impostos. Isso acontece porque são diferentes alíquotas sobre renda, patrimônio e consumo.
O instituto indica que entre 2003 e 2022, existiu um crescimento percentual quase constante da quantia gasta pelos contribuintes com a tributação sobre rendimentos.
Segundo o presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike, o problema é o retorno — e não na arrecadação em si, pois “o Brasil é um país grande”.
O executivo destaca que o Brasil, que está entre os 30 países de maior carga tributária do planeta, é aquele que oferece o pior retorno em relação ao que é arrecadado. “Ele não consegue melhorar a qualidade de vida da população”, declara.
Olenike afirma que a carga tributária nacional está entre as maiores do planeta, e possui um dos menores retornos em forma de infraestrutura e serviços públicos.
Aumento dos dias trabalhados para pagar impostos ao longo dos anos
No período entre os anos de 1986 e 2022, se observa um crescimento quase que constante no tempo necessário para pagar impostos.
Desde 2000, os brasileiros precisam comprometer, pelo menos, quatro meses do ano, para o pagamento de tributos. Veja:
- 2000: 4 meses e 1 dia
- 2001: 4 meses e 10 dias
- 2002: 4 meses e 13 dias
- 2003: 4 meses e 15 dias
- 2004: 4 meses e 18 dias
- 2005: 4 meses e 20 dias
- 2006: 4 meses e 25 dias
- 2007: 4 meses e 26 dias
- 2008: 4 meses e 28 dias
- 2009: 4 meses e 27 dias
- 2010: 4 meses e 28 dias
- 2011: 4 meses e 29 dias
- 2012: 4 meses e 30 dias
- 2013: 4 meses e 30 dias
- 2014: 5 meses
- 2015: 5 meses
- 2016: 5 meses e 1 dia
- 2017: 5 meses e 2 dias
- 2018: 5 meses e 2 dias
- 2019: 5 meses e 2 dias
- 2020: 4 meses e 30 dias
- 2021: 4 meses e 29 dias
- 2022: 4 meses e 29 dias