Diante da disparada da taxa Selic, os investimentos na renda fixa se tornaram mais atrativos para quem deseja aumentar os ganhos e diminuir os riscos. Apesar disso, considerar somente a alta da Selic na hora de investir na renda fixa nem sempre é bom negócio.
O ciclo de aumento da taxa Selic vem acontecendo desde março do ano passado. A taxa básica de juros saltou de 2% ao ano para 12,75% ao ano. Neste período, o Banco Central elevou a taxa de juros por dez vezes consecutivas.
Ainda existe a estimativa de que a Selic continua em dois dígitos, ao menos, até o começo do próximo ano.
Olhar apenas a alta da Selic na hora de investir na renda fixa não é bom negócio
Na previdência privada, com carteiras montadas para cenário de 10 ou 15 anos, este movimento de curto prazo, ou tático, deve ser realizado com bastante cautela — e nem sempre vale a pena. O alerta foi realizado pelo diretor de produtos da XP Vida e Previdência S/A, Amâncio Paladino, ao Money Lab.
O executivo observa, na falta de informação, a razão para investidores substituírem uma alocação estratégica, com carteira montada para ganhos no longo prazo, por uma tática, que procura retornos de curto prazo.
Paladino alega fazer sentido que o investidor, motivado pelo juro alto, monte algumas posições táticas, para ter ganhos no curto prazo. No entanto, ele destaca não fazer sentido que a pessoa elimine as alocações estratégicas que possibilitam ganhos no longo prazo.
Outra justificativa válida para importância de o investidor em previdência manter recursos em alocações mais estratégicas é a tendência da taxa Selic de longo prazo.
O diretor afirma que “a taxa de juros é como uma neblina, quando ela surge você só enxerga o que está perto. Esquece de ver as outras coisas”. No comentário, ele se refere à tendência da taxa Selic menor verificada desde 1996.
Como o pico, atual, existiram alguns. “Mas na sequência ela volta a cair. E isto ocorrerá novamente daqui a um tempo”, considera.