Em evento organizado pela Associação Paulista de Supermercados, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo deve melhorar os programas sociais, como o Auxílio Brasil, ampliar investimentos em obras públicas e realizar cortes de encargos trabalhistas.
Guedes disse que o Brasil já tem uma política assistencial consolidada, incluindo um programa de renda básica, o Auxílio Brasil e que o deve ser feito agora é ampliar essa estrutura. “Vamos melhorar os programas sociais, a rampa de ascensão social”, disse.
O ministro voltou a falar sobre corte de encargos trabalhistas, assunto que está no centro das atenções nos últimos dias. Guedes se refere a direitos dos trabalhadores com carteira assinada, como FGTS, PIS/Pasep, 13º salário e férias, como “bomba de destruição em massa”.
“O Brasil gerou mais de 12 milhões de empregos antes de mexermos nos encargos. Lá na frente, nós vamos rever isso. Nós temos que remover a bomba de destruição em massa de empregos que são os encargos trabalhistas. Vamos ter que atacar esse problema também”, afirmou.
O ministro também criticou oposicionistas e governos passados, ao dizer que “se eles querem desfazer todas as reformas que estamos fazendo, são os principais mentores da destruição de empregos”.
Investimentos
Paulo Guedes disse, ainda, que o governo deve iniciar um amplo programa de investimentos em infraestrutura. “O presidente já autorizou, e estamos em um programa de fundo de reconstrução nacional, um grande programa brasileiro por conta da nossa grande incapacidade do setor público de investimentos”, declarou.
O ministro afirmou que esse programa seria financiado pela venda de ativos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), como papeis da Eletrobras e da JBS.
O país também deve atrair muito investimento estrangeiro nos próximos anos, de acordo com Guedes. “O Brasil está perto, é amigo e vai receber essa corrente de investimentos.”
Números de Paulo Guedes
O Brasil fechou o 1º trimestre de 2022 com uma taxa de desemprego de 11,1%, de acordo com o IBGE. O resultado é 1,6 ponto percentual menor que o registrado no primeiro trimestre de 2019 (12,7%), no início do governo Bolsonaro. Por outro lado, o rendimento médio do trabalhador caiu 7,2% nesses três anos e a inflação deve fechar o segundo ano seguido acima de 10%, o que não ocorre desde o Plano Real.