O desempenho do comércio varejista em março veio acima do esperado, como mostram dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Na comparação com fevereiro, o setor teve crescimento de 1% nas vendas.
Foi o terceiro mês seguido de crescimento, após 1,3% de expansão em fevereiro e 2,3% em janeiro. Com isso, os três primeiros meses de 2022 registraram um aumento de 1,9% nas vendas do varejo na comparação com o último trimestre de 2021, primeiro resultado positivo após dois trimestres de queda.
Os números de março de 2022 também representam um crescimento expressivo das vendas do comércio em relação ao mesmo mês de 2021: 4%. Eles vieram acima do esperado pelo mercado, que apostava numa alta de 0,4% na comparação com fevereiro e 2,1% na comparação com março de 2021.
O resultado demonstra uma recuperação dos impactos da pandemia, com expansão de 1,9% no acumulado de 12 meses até março. Com relação a fevereiro de 2020, último mês antes do início da pandemia, o comércio varejista apresenta crescimento de 2,6%, enquanto o comércio varejista ampliado (inclui materiais de construção e mercado automotivo) cresceu 1,7%.
Quem ganhou e quem perdeu
Em março, a maioria dos setores do comércio varejista tiveram crescimento nas vendas, com destaque para equipamentos e material para escritório informática e comunicação (13,9%), livros, jornais, revistas e papelaria (4,7%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (3,4%) e material de construção (2,2%).
Confira a lista completa do desempenho das vendas por setor:
- Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: 13,9%
- Livros, jornais, revistas e papelaria: 4,7%
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 3,4%
- Material de construção: 2,2% (varejo ampliado)
- Combustíveis e lubrificantes: 0,4%
- Móveis e eletrodomésticos: 0,2%
- Tecidos, vestuário e calçados: 0,1%
- Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -0,2%
- Veículos, motos, partes e peças: -0,1% (varejo ampliado)
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: -5,9%
O desempenho ruim de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo pode ser explicado pelo avanço da inflação, que vem prejudicando as classes de menor renda devido ao aumento nos preços de alimentos e outros itens da cesta básica.
Esse setor, no entanto, é um dos que apresentam crescimento em relação ao período pré-pandemia, com expansão de 2,7% nas vendas na comparação com fevereiro de 2020.
Alguns setores que tiveram bom desempenho em março, por seu lado, demonstram encolhimento em relação ao pré-pandemia. É o caso de livros, jornais, revistas e papelaria (-32,1%), móveis e eletrodomésticos (-13,9%), tecidos, vestuários e calçados (-10,4%), combustíveis e lubrificantes (-7%) e equipamentos e materiais para escritório e informática (-6,1).