O número de brasileiros que estão desempregados já ultrapassou a margem de 11,1% somente no primeiro trimestre do ano, atingindo 11,949 milhões de trabalhadores. Porém, ao analisar os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é possível observar certa estabilidade neste cenário frente ao 4º trimestre do ano, apesar do número expressivo e a falta de trabalho suficiente.
Para ter uma noção mais ampla a respeito da empregabilidade no Brasil, o númeo de trabalhadores com carteira assinada gira em torno de 95,3 milhões. O montante apresenta uma queda de 0,5% em apenas três meses, representando 472 mil trabalhadores a menos no mercado de trabalho. Desta forma, o nível de ocupação em percentual de ocupados com idade para trabalhar, caiu para 55,2% contra 55,6% em relação ao trimestre anterior.
Esta foi a primeira queda notada em quatro trimestres. Estes dados a respeito da quantidade brasileiros empregados e desempregados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
No levantamento anterior, referente ao trimestre encerrado em fevereiro, a taxa de desemprego ficou em 11,2%, representando 12 milhões de trabalhadores. Lembrando que a mínima histórica foi registrada em 2014, a 6,5%.
O resultado da pesquisa sobre brasileiros desempregados, na verdade, foi bem melhor que o esperado. Isso porque, o Valor Data realizou um levantamento secundário com a participação de 28 consultorias e instituições financeiras.
A previsão feita por este conjunto mencionou uma taxa de 11,4% no trimestre encerrado em março. Na oportunidade, também foi apresentado um intervalo de estimativas variável entre 11,3% e 11,7%.
O saldo de trabalhadores desempregados no período observado entre o primeiro trimestre de 2021 e o primeiro trimestre de 2022 foi de 3.308. O número é resultado da diferença registrada entre os meses de janeiro, fevereiro e março do ano passado, quando foram registrados 15.257 brasileiros desempregados, contra 11.949 brasileiros na mesma condição no primeiro trimestre deste ano.
No entendimento da coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, a estabilidade na taxa de desemprego pode ser associada ao fato de que a busca por emprego se manteve estagnada durante o período avaliado.
“Se olharmos a desocupação em retrospecto, pela série histórica da pesquisa, podemos notar que, no primeiro trimestre, essa população costuma aumentar devido aos desligamentos que ocorreram no início do ano. O trimestre encerrado em março se diferiu desses padrões”, destacou.