PIX parcelado; economista explica as vantagens e desvantagens do serviço bancário

Novo serviço bancário deve reformular o funcionamento do crédito no país. Recentemente, o Banco Central informou que estará criando novas atribuições para o PIX. A partir do segundo semestre deste ano, o pagamento poderá acontecer como uma espécie de crédito, tendo seu valor dividido. Abaixo, veja o que um especialista diz sobre o assunto.

Criado em 2020, o PIX já se consolido como um grande fenômeno nos serviços financeiros. A função que permite pagamentos automáticos agora irá também autorizar o parcelamento de seus valores. A novidade foi confirmada pelo Banco Central que garantiu que trará uma série de vantagens para o cidadão.

De acordo com o BC, o parcelamento pelo PIX passará a funcionar no segundo semestre deste ano. No entanto, algumas fintechs já estão disponibilizando esse serviço, como o Nubank. Ao recorrer a opção, é importante ficar atento as taxas de juros que variam entre 2% e 20%.

Buscando esclarecer dúvidas sobre esse assunto o FDR convidou Gustavo Bertotti, economista chefe da Messem, que traz as principais informações sobre o novo serviço de pagamento. Confira abaixo uma entrevista exclusiva com o especialista:

Como funciona o PIX parcelado?

O PIX parcelado é um tipo de contratação de crédito pessoal, já que ao fazer o parcelamento, o cliente está pedindo ao banco uma antecipação do valor da transação. Com o pagamento em parcelas, o banco lucra com o acréscimo de juros.

Essa nova ferramenta vai acabar com o cartão de crédito?

O surgimento de novas modalidades de pagamento e empréstimos é positivo para todo o mercado – instituições financeiras e clientes.

Qual a diferença entre o parcelamento do pix e o uso do cartão de crédito?

A diferença entre o parcelamento é que nos juros, ao dividir no cartão, os custos da operação ficam com o vendedor, e não com o cliente. A maior parte dos lojistas repassa esse custo de forma implícita, embutindo o valor das taxas no valor do próprio produto. Já no caso do PIX parcelado, os juros devem ser exibidos no momento da contratação e já indicam o custo direto para o cliente.

Quais as taxas de juros em ambos os serviços?

O mercado é que determinará quais serviços terão mais aceitação dos clientes. Por se tratar de um empréstimo, a modalidade do PIX parcelado só é oferecida a um grupo de clientes que já têm esse crédito aprovado. As taxas de juros começam em torno 2% ao mês e variam de acordo com a pontuação para risco de crédito do cliente.

Quais as vantagens de aderir ao pix parcelado? Quais as desvantagens?

A principal vantagem é que o consumidor pode ter um desconto pagando à vista por um produto e parcelar junto ao seu banco. Mas, como toda modalidade de crédito, o parcelamento deverá ser usado em caso de necessidade financeira, já que há cobrança de juros.

Em que situação se recomenda o uso do pix e quais os melhores momentos para recorrer ao cartão de crédito?

No caso do PIX parcelado, os bancos liberam o valor para clientes com crédito aprovado. Cada cartão de crédito tem seu limite, que pode ser utilizado posteriormente numa compra.

 Qualquer pessoa pode usar o pix parcelado?

O uso depende da relação cliente/instituição financeira e se há um crédito pré-aprovado.

O sistema de parcelamento do pix é seguro?

O sistema do PIX é regulado pelo Banco Central e é considerado seguro como toda operação financeira. O Banco Central prepara versão oficial do parcelamento do Pix, mas bancos já se adiantaram.

As operadoras de cartão de crédito devem baixar suas tarifas para manter a clientela?

O mercado ainda está se adaptando às mudanças e é cedo para ter um diagnóstico.

Atualmente, quais as linhas de cartão de crédito mais vantajosas no mercado nacional?

As vantagens das linhas de cartão de crédito dependem da instituição financeira, modalidade do cartão e do relacionamento do cliente/banco.

Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.