Guerra: Banco Central da Ucrânia tem estratégia para enfrentar situação; entenda

A guerra na Ucrânia está causando uma devastação sem limites no país da Europa Oriental. Mas fora a destruição material, quase nada é dito sobre as dificuldades monetárias que o pais vem enfrentando. A crise poderia ser bem pior não fosse a atuação contundente do Banco Central Ucraniano.

Antes do início do conflito, o pais possuía um sistema bancário relativamente moderno, com uma pequena concentração bancária, e contava com 71 bancos operando. Deste número, 33 são controlados por estrangeiros de maneira total ou parcial.

Quase 36% dos passivos do sistema bancário eram denominados em moeda estrangeira, possuindo uma grande sensibilidade do mercado monetário a variação do câmbio, em especial no caso dos financiamentos de curto prazo conquistado em mercados internacionais.

O sistema bancário do país teve um excedente de liquidez durante vários anos, especialmente de curso prazo, mantida em grande parte como certificados de depósito do Banco Central da Ucrânia.

Mudança de planos   

Antes do início do conflito, o Banco Central da Ucrânia planejava decidir sua taxa básica de juros, que atualmente está em 10%, no dia 3 de março e colocar mais compulsórios em 11 de março, mesmo que ambos tenham sido cancelados prontamente no início de novembro do ano passado.

Porém, com a inflação girando em torno de 10% no início de 2022, superando a meta de 5%, a projeção era que as taxas seguiriam aumentado ao longo do ano.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) interveio no dia 9 de março, e aprovou um empréstimo de US$ 1,4 bilhão para a Ucrânia através do Instrumento de Financiamento Rápido para auxikar nas necessidades urgentes de financiamento.

O pais já marinha um acordo-padrão junto ao FMI para resolver entraves de balanço de pagamentos. Porém, esses valores eram acompanhados de um programa macroeconômico, que englobava obrigações e restrições para o país beneficiário como forma de garantir a estabilidade macroeconômica.

Neste momento, com o conflito ainda acontecendo, fica o questionamento de como o Banco Central irá enfrentar os desafios que podem surgir futuramente e se conseguirá devolver o dinheiro ao FMI.

Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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