Nesta quarta-feira (23), o dólar encerrou em queda de 1,43%, negociado a R$ 4,843. Este foi o menor valor desde março de 2020. Na sessão, a moeda brasileira liderou os ganhos entre seus pares globais. Desde o começo do ano, o dólar já acumula queda de 12%.
A moeda norte-americana vem recuando diante do fluxo de capital estrangeiro para o Brasil. A queda acontece por conta da oferta e demanda. Quando há a adição de dólar na economia local, mais moeda estrangeira estará disponível por aqui. Como existe maior oferta, o preço cai.
O dólar vem recuando devido ao fluxo positivo de investimentos com base em juros maiores no Brasil, ativos descontados na Bolsa de Valores e a procura por mercado ligados a commodities — que estão com valores elevados.
No mês, a Bolsa de Valores acumula crescimento de investimento estrangeiro de R$ 18,38 bilhões. Já no ano, o valor chega R$ 81 bilhões.
Nesta terça-feira (22), o dólar tinha recuado 0,57%, encerrando o dia a R$ 4,915. Esta havia sido a menor cotação desde junho do ano passado.
É hora de comprar dólar?
À CNN, o head de renda variável da Zahl Investimento, Flávio de Oliveira, recomenda aos clientes que comprem dólar. Desde que a moeda bateu os R$ 5, ele mesmo já tem comprado.
Apesar disso, vale destacar que é difícil projetar a cotação do dólar. O fluxo vindo para o Brasil é especulativo. Sendo assim, do mesmo modo que pode chegar muito rápido, pode deixar na mesma velocidade. Sendo assim, é importante que o interessado vá devagar.
Segundo especialistas consultados pelo g1, para quem possui dinheiro guardado ou precisa viajar a trabalho, há a recomendação de comprar o quanto antes — para aproveitar a atual cotação. Isso porque o valor recente pode não durar muito.
O economista sênior da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto, afirma que a redução da moeda norte-americana não deve ser bastante duradoura devido ao risco Brasil — especialmente em ano de eleições.
O especialista ressalta que existem muitas coisas importantes ocorrendo no exterior. Já no Brasil, ele informa que há “um processo eleitoral carregado de incertezas”.