Enquanto alguns setores começavam a comemorar a estabilização dos efeitos provocados pela pandemia da Covid-19, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia voltou a desestabilizar a economia mundial. É o caso das companhias aéreas que certamente precisaram reajustar os preços, o que por consequência, deixará práticas de lazer ou negócios como viajar cada vez mais caro.
Isso porque, o preço dos combustíveis está em alta, até mesmo o querosene usado na aviação. O causador deste cenário instável é o combustível, responsável por 35% dos custos do setor, e que já acumula reajustes de 76,2% em 2021. No mesmo período, o petróleo subiu 54%. Somente este ano, a commodity registrou uma alta de 45%.
Todos estes percentuais mostram que a tendência das companhias aéreas é elevar o preço das passagens enquanto tentam reduzir as operações para estabilizar um período considerado turbulento. Um exemplo é a Latam, que fez um anúncio prévio sobre o aumento no valor das passagens em virtude do encarecimento de combustíveis.
A mesma situação assola companhias aéreas como a Azul, que informou que precisará adiar a retomada das ofertas de voos. Já a Gol ainda não se pronunciou até que conclua e possa divulgar o resultado do balanço financeiro.
De todas as companhias aéreas, a Latam declarou que a operação de novas rotas foi adiada para depois de julho. No entendimento dos analistas deste setor, o movimento tende a ser o princípio de uma cadeia de medidas cujo objetivo é a redução do porte mais uma vez.
Considerando que o mercado aéreo é bastante instável no que compete aos preços, qualquer aumento nas tarifas tem o poder de reduzir o número de viajantes, incluindo o repasse de demanda por voos.
Desta forma, a tendência é que algumas rotas possam se tornar financeiramente inviáveis devido à queda drástica no número de passageiros. O agravo desta situação pode ser explicado pela elasticidade no preço, em outras palavras, o cálculo do percentual da demanda por um serviço quando há qualquer modificação nos preços, se consolidando como o maior setor de turismo.
Para o consultor André Castellini, “não tem como as empresas não repassarem, porque a margem do setor é muito apertada. Aí a solução será reduzir a oferta e ficar apenas com os voos mais rentáveis”, disse.