Número de profissionais que estão pedindo demissão ou saindo do mercado trabalho tem sido alto nesse fim do home office. Esse movimento tem sido sentido em todo o mundo.
A retomada das atividades presenciais nas empresas de todo o mundo tem apontado para um fato importante, o número de profissionais que estão se demitindo tem sido alto.
Nos EUA esse movimento é chamado de “a grande debandada”.
No entanto, para Alain Dehaze, CEO global do grupo Adecco, consultoria suíça de recrutamento, melhor seria chamar essa ação de “a grande reavaliação”.
Uma vez que os profissionais estão reavaliando as suas práticas profissionais e muitos optando por mudarem de área.
“Com o isolamento, muita gente saiu dos grandes centros, entendeu que o deslocamento de três horas por dia ao trabalho não valia, viu que há outro tipo de vida mais próxima da família e para cuidar de si mesmo. E, à medida que as empresas começaram a exigir o retorno ao escritório, muitas começaram a pedir demissão, trocar de emprego e até sair do mercado”, comenta ele.
Home office e demissões
Alain Dehaze comenta que antes da pandemia apenas 15% das vagas oferecidas pela consultoria eram para trabalhos remotos.
Com a pandemia esse número saltou para 60%, ele lembra a comodidade que esse modelo de trabalho oferece ao empregador.
“Com certeza isso tem um grande impacto no mercado de trabalho, porque agora uma empresa de Nova York pode recrutar em todos os estados. Inclusive no Brasil. E os funcionários podem estar em qualquer local”.
Acontece que, essa reavaliação profissional deve fazer com que uma escassez de mão de obra qualificada seja sentida pelo mercado de trabalho, o que deve acontecer principalmente nas carreiras relacionadas às áreas STEM (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática).
Outro setor que também deve ser impactado é o que envolve trabalhos manuais e de esforço físico, como os caminhoneiros.
Já noticiamos aqui que alguns países estão, inclusive, concedendo visto de trabalho para esses profissionais.
“Faltam 400 mil caminhoneiros na Europa, e o Reino Unido, por exemplo, foi recentemente obrigado a pedir aos militares para entregar gasolina nos postos. Em restaurantes, considerando chefs e garçons, 20% das pessoas do setor mudaram de emprego ou simplesmente saíram da área”, comenta Dehaze.
Para o CEO é necessário que as empresas tenham políticas internas que sejam atrativas para os funcionários, só assim seria possível diminuir essa escassez de profissionais.
Para saber mais sobre vagas de emprego, vestibulares e cursos, acompanhe a editoria de Carreiras do FDR.