A bola da vez tem sido chamada de o ‘golpe da maquininha‘. A mais recente vítima foi uma mulher de 31 anos de idade que, ao efetuar o pagamento de uma corrida a um motorista credenciado pela plataforma 99, perdeu R$ 2.010,45.
A mulher, que preferiu não ser identificada, contou que ao sair de um restaurante japonês situado no bairro do Brooklin, na cidade de São Paulo, solicitou uma corrida pelo aplicativo 99 para ir embora para casa. A mulher que estava acompanhada do namorado, conta que não tem o costume de usar essa plataforma, pois normalmente faz todas as corridas pela Uber e paga no dinheiro.
A vítima também relatou que antes de cair no golpe da maquininha, fez várias tentativas pela Uber, mas não conseguiu, motivo pelo qual recorreu à 99. Em um primeiro momento não surgiu nenhuma desconfiança, pois o casal acompanhou todo o trajeto do motorista até eles.
Quanto o motorista chegou, ele falou o nome e o endereço da vítima, motivo pelo qual não se atentou a verificar a placa. Por outro lado, afirmou que todas as outras informações fornecidas pelo aplicativo eram compatíveis. Ao final do trajeto o casal pediu para efetuar o pagamento com o cartão de débito.
Antes de finalmente aplicar o golpe da maquininha, o motorista alegou que a filha havia usado o carro dele e tirado os pertences do lugar, como a própria maquininha de cartão. Com dificuldades para encontrá-la, ele disse que informaria no aplicativo que o pagamento seria efetuado na próxima corrida.
“Eu ainda brinquei que não queria dar golpe nele não, mas que se ele não estava achando, beleza. Aí enquanto abrimos a porta, ele chegou a andar uns metros, como se estivesse indo [embora], mas depois deu ré falando que tinha achado a maquininha em baixo do banco”, contou.
A vítima ainda afirmou ter conferido o valor final da corrida, de R$ 10,45, cobrança estipulada pela própria 99. Porém, minutos depois a mulher descobriu ter caído no golpe. Ela suspeita que o visor da maquininha de cartão foi adulterado para esconder os verdadeiros dígitos da cobrança.
Assim que entraram em casa, o namorado da vítima ainda brincou que “só faltava ele [o motorista] ter dado um golpe na gente”. E para a surpresa da mulher, ao verificar um SMS que havia acabado de receber, o banco informava um gasto de R$ 2.010,45. Ambos tentaram correr atrás do motorista, mas ele já havia acelerado o carro.
No mesmo instante a vítima entrou em contato com a 99 pelo telefone de emergência, mas foi informada que aquele número tratava apenas emergências de segurança como agressões. Ela ainda foi instruída a entrar em contato com a própria operadora do cartão, uma vez que o pagamento foi feito por meios particulares não recomendados pela plataforma.
Mesmo após realizar todos os procedimentos em um campo exclusivo da plataforma direcionado a reclamações sobre cobranças indevidas, a única compensação oferecida foram cinco cupons de R$ 10 para futuras viagens.
Em contato com o gerente do banco na tentativa de solucionar o problema, ela foi informada que, como inseriu voluntariamente a senha na maquininha de cartão, não há o que fazer.
A única atitude tomada pela 99 em relação ao golpe da maquininha foi a sugestão de bloquear o motorista que aplicou o golpe do aplicativo. Agora, a mulher pretende abrir um processo contra a 99.