Homem processa a Globo após reportagem sobre sua prisão; confira valor pedido

Homem processa a Globo depois de reportagem sobre sua prisão passar no Fantástico. Valor pedido na indenização é de R$ 160 mil.

No ano de 2020, um homem teve sua prisão mostrada em reportagem do programa da TV Globo, Fantástico, as imagens foram ainda reexibidas pelas TV TEM, afiliada da emissora.

A ação foi ingressada ainda em 2020, quando se encontrava preso pelas acusações de crime de estelionato e corrupção.

Entenda o caso

De acordo com o ex-escrevente técnico judiciário, na época servidor do Tribunal de Justiça de São Paulo, a acusação teria sido feita indevidamente o colocando como cúmplice da “Operação Alquimia”, realizada pela Polícia Federal.

A operação buscava pela organização criminosa voltada à agiotagem e crimes relacionados. A acusação coloca o homem como responsável por fornecer informações privilegiadas para a quadrilha a respeito do processo. O total das penas dos condenados foi de 427 anos de reclusão.

O homem que pede a indenização diz que não foi investigado na operação e afirma que as imagens da prisão foram feitas pelos policiais que o abordaram quando o mesmo se encontrava deitado, segundo ele, os policiais o cumprimentaram e deram ordem de prisão.

Para o homem, exibir as imagens é algo “irrazoável”, já que o mesmo nunca teria sido investigado ou condenado por ligação com a quadrilha.

Ação contra a Globo

O ex-escrevente considera que “a exibição de sua imagem em rede nacional se mostra um descalabro, fato que causou imenso abalo à sua honra e imagem” e por isso teria entrado com a ação.

Ao se posicionar sobre o caso, a Globo contesta as alegações do homem e afirma que ele teria sido sim preso pelo crime de corrupção passiva e estelionato, mas o processo corre em segredo de justiça, a emissora afirma ainda que não o relacionou com a Operação Alquimia, mas relatou o fato dele ter sido acusado pelo Ministério Público.

“A despeito de reconhecer estar preso e já ter sido condenado em 1º grau por diversos crimes, insiste que a reportagem o teria associado à operação de forma inverídica e sensacionalista. Nenhuma indenização cabe no caso concreto”, disse a emissora.

A Globo defende ainda o cunho informativo da reportagem e assegura que o material é amparado por fontes oficiais.

Em fevereiro de 2021, o juiz José Elias Themer julgou improcedentes os pedidos do homem, alegando que a reportagem possuía interesse coletivo embasado em fatos, não contendo caráter sensacionalista.

O ex-escrevente segue na tentativa de buscar recursos no processo. Enquanto a Globo apresentou sua defesa na última semana.

Hannah Aragão
Graduanda em jornalismo pela Universidade Federal de Pernambuco, a UFPE. Atuei em diferentes áreas da comunicação, como endo marketing, comunicação estratégica e jornalismo impresso. Atualmente me dedico ao jornalismo online na produção de matérias para o FDR.
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