O mundo vive em estado de alerta devido aos novos eventos envolvendo o conflito Rússia x Ucrânia. Após o anúncio por parte do presidente russo de que uma “operação militar especial” seria iniciada, tropas foram enviadas para as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk e bombardeios massivos foram realizados contra a infraestrutura militar do país vizinho.
Ao que tudo indica, o contingente militar russo, por hora, foi deslocado apenas para a região de Dombass, como anunciado por Putin, mas o governo em Kiev e seus aliados ocidentais falam em uma “invasão total” ou “invasão em larga escala”. Também há relatos, ainda não confirmados, de invasão a cidades como Kharkiv, Odessa e Mariupol, que estão fora do controle dos separatistas.
Os danos a instalações e equipamentos da Marinha e da Força Aérea ucranianas são severos e boa parte das armas que foram enviadas pela Otan nos últimos meses parece ter sido destruída ainda nos depósitos.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, anunciou que haverá resistência e instou outras nações, especialmente os Estados Unidos e aliados na Europa, a interceder no conflito, enviando ajuda militar. A Otan, até o momento, anunciou que reforçará as suas linhas de defesa no Leste Europeu, mas negou que enviará tropas diretamente para a Ucrânia.
Como o mundo está reagindo
Por hora, os Estados Unidos e outros aliados do governo ucraniano se limitaram a condenar as ações russas e a emitir novas sanções contra o gigante euro-asiático.
Na quarta-feira (23), a União Europeia incluiu em uma lista de sanções todos os membros da Duma (equivalente russo à nossa Câmara dos Deputados) que votaram a favor do reconhecimento de Donetsk e Lugansk.
O Reino Unido, por sua vez, anunciou sanções contra alguns bancos russos e a proibição de emissão de títulos de dívida para a Rússia, medidas que já haviam sido tomadas pelos EUA nos dias anteriores. Aliados em outras regiões, como Austrália e Nova Zelândia também anunciaram ações semelhantes.
Mas todas essas sanções, até agora, têm pouco efeito sobre a economia russa e pouca capacidade para deter o escalada dos eventos. Sanções mais pesadas, a empresas de gás e petróleo, por exemplo, devem ser reservadas para um momento mais crítico do conflito ou podem nem ocorrer.
Os EUA e a União Europeia não devem se arriscar a espalhar o conflito para perto ou para dentro de suas fronteiras. E, desde o início, se mostram preocupados com os impactos que medidas mais severas contra a Rússia teriam sobre suas próprias economias.
Cerca de 40% do gás liquefeito consumido na Europa é fornecido por empresas russas. Trata-se de um produto essencial para o aquecimento doméstico, por exemplo, e que já se encontra num nível baixíssimo nas reservas europeias – cerca de 5% da capacidade total.
Os preços de várias commodities saltaram desde o início da operação militar russa. O barril de petróleo saltou para mais de 100 dólares pela primeira vez desde 2014 e o gás comercializado em alguns mercados europeu teve alta de 30% a 40%.