- Países se reúnem para aplicar sanções à Rússia;
- Alvo serão as instituições russa situadas pela Europa;
- Decisão sobre sanções deverá ser tomada pela União Europeia.
Recentemente, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, decretou o envio de forças armadas do país para regiões separatistas situadas no leste da Ucrânia. O decreto foi fixado através do Ministério da Defesa, e o resultado foi a aplicação de sanções através de uma comunidade internacional composta especialmente pelo Japão, União Europeia e Estados Unidos da América (EUA).
Uma destas sanções foi anunciada na manhã desta terça-feira, 22, pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johson. O alvo são cinco bancos russos e três executivos de alto escalão na Rússia. Na oportunidade, o premiê ainda pediu o apoio das demais nações ocidentais, para que elas também imponham sanções às instituições financeiras russas.
Ficará na responsabilidade da União Europeia a decisão sobre a aplicação efetiva ou não das sanções. O parecer final deve ser apresentado durante uma reunião entre os ministros das Relações Exteriores europeus, prevista para ocorrer na tarde desta terça-feira. De antemão, o chanceler da França e um representante da União Europeia já adiantaram que a iniciativa é praticamente certa.
Em meio aos debates, o Japão também afirmou estar pronto para criar um vínculo com os Estados Unidos da América e a outras nações que compõem o G7, com o objetivo de participar da aplicação dos bloqueios. Veja a seguir o que se sabe sobre o posicionamento dos países envolvidos nesta ação.
EUA
Os Estados Unidos da América deram início a tratativas junto a aliados sobre as novas sanções contra a Rússia, cujo respectivo anúncio deve ser feito até o final desta terça-feira.
De acordo com a embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, “os Estados Unidos vão impor sanções contra a Rússia por essa clara violação da lei internacional e da soberania e integridade dos territórios da Ucrânia”.
Por hora, os detalhes desta nova rodada de sanções ou controle de exportações permanecem desconhecidos. Entretanto, o porta-voz da Casa Branca alegou que as medidas devem ser diretas contra a Rússia. Destacando que esta informação se assemelha ao posicionamento dos líderes europeus.
Reino Unido
No que compete ao Reino Unido, todas as descrições feitas pelo primeiro-ministro já foram regulamentadas no que foi denominado de ‘primeiro pacote’ de restrições às instituições financeiras da Rússia no país.
Bancos como Rossiya, IS Bank, General Bank, Promsvyazbank e o Black Sea Bank, assim como os três principais executivos russos de alto escalão: Gennady Timchenko, Igor Rotenberg e Boris Rotenberg, também tiveram os bloqueios anunciados.
Na oportunidade, Johnson declarou antes do anúncio que as sanções se aplicariam não apenas às entidades de regiões separatistas em Donbass, mas também nas próprias regiões russas, como Luhansk e Donestsy.
O objetivo é um só, atender aos interesses econômicos russos o máximo possível. Lembrando que em outra época a Rússia já foi uma superpotência, mas hoje é menor do que a Itália, baseado em dados do FMI que apontaram um PIB nominal na casa dos US$ 1,7 trilhão.
Japão
O Japão afirmou estar pronto para se unir aos EUA e demais nações industrializadas do G7 na aplicação de sanções à Rússia. Segundo o primeiro-ministro japonês, Fumio kishida, uma ligação foi feita para Putin nos últimos dias com o propósito de clamar por moderação. Segundo kishida, é inaceitável uma violação da lei internacional.
Ressaltando que novas sanções do Japão que deveriam ser somadas àquelas impostas à Rússia ainda em 2014, logo após a ocupação da Crimeia, incluiriam a proibição de chips semicondutores e demais exportações de tecnologia-chave, bem como restrições rigorosas aos bancos russos.
A postura mais rígida do Japão contra a Rússia é vista como um contraste à abordagem diplomática mais branda em relação a Moscou, previamente adotada por antigas administrações japonesas.
União Europeia
Em explicação às sanções aplicadas à Rússia, o representante da UE, Joseph Borrell, alegou que não deverá ser uma invasão completa, ainda que as tropas russas permaneçam em solo ucraniano.
“É uma violação do direito internacional, é um ataque à soberania e integridade da Ucrânia, é a Rússia renunciando a seus compromissos internacionais e aos acordos de Minsk que assinou”, completou o chanceler francês, Jean-Yves Le Drian.