Investimentos prefixados: vale a pena investir neles agora?

Pontos-chave
  • Vale a pena investir em prefixados neste momento?
  • Ao adquirir um papel como este, o investidor “trava” a remuneração até o vencimento
  • Títulos com prazos mais curtos é a preferência dos especialistas

Com o ciclo de alta da Selic chegando ao fim, com cortes que podem se iniciar no final deste ano ou a partir de 2023, um dúvida voltou a pairar no mercado: será que vale a pena investir em prefixados atualmente, sejam títulos privados ou públicos?

Segundo o Relatório Focus mais recente, a projeção dos economistas procurados pelo Banco Central é de que a Selic feche este ano em 12,25% ao ano, caindo para 8% ao ano no final de 2023.

Esta dúvida de se vale ou não o investimento tem uma razão para existir. Ao adquirir um papel como este, o investidor “trava” a remuneração que receberá até o vencimento.

Se realmente o clico de alta dos juros básicos da economia está para acabar, os investimentos em prefixados neste momento permitiria conseguir uma taxa mais alta, podendo em 2023, a remuneração destes papéis cair, de acordo com as projeções de cortes na Selic.

E ainda, como a taxa básica de juros está propensa a cair em 2023, os títulos prefixados podem ter seu preço aumentado. Os juros e preços de negociações em renda fixa tem uma relação inversamente proporcional.

Vale a pena?

De acordo com grande parte dos especialistas procurados pelo site InfoMoney, como o ciclo da Selic está próximo do fim, a alocação em prefixados com vencimento em curto prazo pode ser uma boa “tática” para investidores dispostos a correr um risco maior, focando em conseguir retornos mais elevados.

Marcelo Mello, vice-presidente de investimentos, vida e previdência na SulAmérica Investimentos, disse que os reflexos defasados da política monetária e a migração do horizonte relevante do Banco Central para o próximo ano, farão com que a autoridade monetária termine o ciclo muito brevemente a casa espera que a Taxa Selic feche 2022 em 12,25% ao ano.

O especialista em produtos e alocação da Blue3, Oscar Almeida tem a mesma linha de pensamento e pondera que neste momento, existe um “espaço” entre a projeção do  mercado para a curva de juros futuros, com as taxas atingindo 12%, e o que os economistas observam como fundamento, com as projeções girando em torno de 8% para a Selic em 2023. Neste caminho, segundo ele, pode haver uma oportunidade.

Mesmo que ainda não dê para determinar qual será o patamar máximo que a Selic pode atingir no curto prazo, o CIO do Itaú Unibanco, Nicholas McCarthy, diz que o maior movimento da Selic já aconteceu quando ela saiu de 2% ao ano em 2021, para os 10,75% atuais. Sendo assim, em sua visão, agora não importa se a taxa vai subir para 12% ou mais, este de qualquer maneira é o final do movimento do ciclo.

“Quando se está investindo e os juros estão oferecendo ali por volta de 11,30% ao ano, parece que a probabilidade de perder dinheiro neste cenário é menor do que a chance de ganhar”, disse ele.

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Vencimentos no curto prazo 

Porém, os especialistas não estão mirando em qualquer prazo. De acordo com os três, as melhores alocações estão nos vencimentos mais curtos da curva. Almeida, da Blue3, diz  que as taxas estão mais chamavas para vencimentos entre dois e três anos, em que a curva do DI cresceu de forma perceptível.

Já no universo do Tesouro Direto, o Tesouro Prefixado 2024 é o título que melhor se enquadra no prazo mencionado por Almeida. No entanto, fique atento: Almeida pondera que o investidor sempre deve adequar os prazos ao seu objetivo e ao seu perfil de investimento.

Marcelo, da SulAmérica Investimentos também prefere os títulos com mais curtos. Segundo ele, nos vencimentos a longo prazo, o mercado já conta com um ciclo de afrouxamento monetário e é necessário ter cuidado diante dos riscos que podem aparecer no ambiente interno e externo.

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Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.
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