- Rafael Izidoro, CEO da Rispar, comenta os impactos da alta da inflação e analisa mercado de crédito com garantia em bitcoin
Quem acompanha o mercado de criptomoedas seguramente deparou-se com a notícia a respeito da compra de mais de 660 bitcoins pela americana MicroStrategy na última semana. A empresa de Michael Saylor investiu US$25 milhões e ultrapassou 125 mil BTC sob custódia, o que chamou a atenção de especialistas e entusiastas deste mercado.
O CEO Rafael Izidoro, fundador da fintech Rispar, contextualiza o cenário em que se deu a transação e comenta a seguir os principais riscos envolvidos em empréstimos com colateral em bitcoin.
Para Izidoro, com a alta inflação gerada pela impressão desenfreada de dinheiro nos últimos dois anos, deixar o patrimônio exposto à moeda fiduciária é um grande risco, já que o histórico é a constante perda de valor — ao contrário do bitcoin, que se valorizou no período.
Além disso, o mercado de crédito com garantia em Bitcoin tem crescido de forma acelerada nos últimos anos. Usá-lo como colateral é uma forma prática de não perder seu investimento, e ainda ter acesso à moeda estatal para atender às necessidades de curto e médio prazo, como novas aquisições, investimentos, quitação de dívidas, entre outros.
O executivo comenta ainda que, mesmo no caso do Saylor — para comprar mais bitcoins — a operação estruturada é diferente de uma alavancagem. O nível de risco é muito menor ao passo que a garantia provavelmente superará o valor adicionado em algumas vezes. Assim, mesmo se o preço do Bitcoin cair (um dos riscos) a garantia ainda cobre o valor do crédito e evita liquidações. Quando isso não acontece — no caso de uma queda muito acentuada — podem ocorrer chamadas de margem, onde o tomador tem a opção de adicionar mais garantia e equilibrar o LTV antes de ser liquidado.
No Brasil, existe a Rispar, uma opção que oferece este modelo de crédito, em reais, reduzindo o risco das variações cambiais de uma dívida em dólar e sem liquidações automáticas da garantia em períodos de alta volatilidade do Bitcoin e desequilíbrio no LTV — prática comum, mas que não existe na fintech, pois gera grande prejuízo aos investidores.
“Além disso, nossos clientes têm a opção de adicionar a “Garantia Protegida” no ato da contratação, um produto exclusivo que desliga as chamadas de margem, eliminando os riscos de liquidação independentemente da porcentagem da queda do Bitcoin”, conclui o CEO.