A última paralisação realizada pelos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) gerou um impacto direto a 27 mil segurados que não puderam ser atendidos durante os primeiros dias do mês. A paralisação foi provocada pelos médicos peritos da autarquia como uma forma de protesto às negativas do governo baseadas nas reivindicações da classe.
A paralisação foi denominada pela Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) como “Dia Nacional da Advertência”. Segundo os peritos do INSS, a iniciativa se tornou necessária após eles solicitarem ao Ministério do Trabalho um aumento na margem de 20% no salário junto a melhores condições de trabalho.
A associação também informou que, aproximadamente, 80% dos médicos peritos do INSS aderiram à greve. Hoje, existem 3.411 profissionais da área por todo o país. Deste total, 2.853 continuam em atendimento.
Na oportunidade, a ANMP aproveitou para compartilhar um vídeo informando sobre uma reunião junto ao ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, em Brasília, que acontecerá na tarde desta quinta-feira, 10.
Entre as reivindicações que serão tratadas nesta reunião, está a recomposição salarial de 19,99% referente às perdas provocadas pela inflação entre 2019 a 2022.
Neste sentido, foi fixada a meta diária de, no máximo, 12 atendimentos presenciais. Mas não para por aí, também foi estabelecida a realização instantânea de um concurso público com o propósito único de preencher três mil vagas.
Vale mencionar que as reivindicações dos peritos consistem em:
- Recomposição Salarial referente às perdas oriundas da inflação de 2019 a 2022, em 19,99%;
- Fim da “teleperícia” – aquela realizada através da telemedicina ou teleavaliação, bem como as análises documentais como o “DOCMED”;
- Promoção imediata de concurso público para a recomposição dos quadros da Carreira, cuja defasagem já chega a três mil servidores;
- Fixação do número máximo de 12 atendimentos presenciais como meta diária.
A paralisação promovida pelos peritos do INSS não é bem uma novidade, pois a insatisfação não só dos médicos, mas de todos os servidores da autarquia é nítida, e vem sendo avisada há tempos. O ápice foi atingido há algumas semanas quando o presidente da República, Jair Bolsonaro, prometeu um aumento salarial para os policiais federais.
A promessa do chefe do Executivo foi feita mesmo diante das alegações do Ministério da Economia sobre o equilíbrio e escassez no orçamento, fazendo um se contrapor perante o outro.
Enquanto isso, Bolsonaro também sancionou o corte no Orçamento de vários setores, deixando os respectivos servidores extremamente infelizes, a começar pelos fiscais da Receita Federal que desencadearam uma greve.
Outro detalhe relacionado à mobilização dos servidores do INSS está vinculado ao veto do presidente da República, Jair Bolsonaro, quanto ao Orçamento de 2022 em cerca de um terço, o equivalente a R$ 1 bilhão. O montante consiste em gastos discricionários que o ministro Onyx Lorenzoni teria para este ano.
Desta forma restou o saldo de R$ 2,035 bilhões. Dentro desta pasta, o INSS foi a unidade mais afetada, diante da perda de R$ 998 milhões que deveriam ser usados na administração da gestão e processamento de dados.