Brasil tem perda de 826 mil empregos do lar; quais foram as causas?

Um levantamento feito pelo Instituto Doméstica Legal mostra uma baixa nos postos de empregos do lar. Os dados se referem à situação de desemprego desta classe de trabalhadores por todo o Brasil, que já chegou à soma de 826 mil empregos perdidos.

Deste total, 340 mil postos de empregos do lar foram perdidos em São Paulo e no Rio de Janeiro no biênio de 2020-2021. Com este estudo é possível observar que ambos os estados são os responsáveis por alavancar o índice de desemprego entre os trabalhadores desta categoria em 41,2%. 

Visando driblar e solucionar a situação, o Instituto Doméstica Legal chegou a mencionar a importância da promoção de um incentivo por parte do Governo Federal com o objetivo de estimular a geração de postos de empregos do lar, especialmente porque os amparos a esta categoria não são tão abrangentes quanto os direitos dos demais trabalhadores assalariados.

Seguindo esta mesma linha de raciocínio, o estudo mostra que os postos de empregos do lar tiveram um aumento expressivo na informalidade, sobretudo nos últimos dois anos.

Embora seja um número sutil, o aumento foi de 71,39% em 2019 para 75,64% em 2022, dados que representam uma alta de 4,25%. Enquanto isso, São Paulo e Rio de Janeiro possuem a maior média nacional, com índices de 5,5% e 5,6%, respectivamente. 

Para o presidente do instituto, Mario Avelino, é importante se atentar às condições que os trabalhadores do lar poderiam ter, com a capacidade de amenizar as políticas públicas em torno dos postos de empregos do lar. “Temos três Projetos de Lei que criam estímulos às melhorias do emprego do lar, mas infelizmente estão parados no Congresso Nacional”, ponderou.

Uma outra pesquisa inédita sobre o mesmo tema, esta realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) Social, aponta que além da queda nos postos de empregos do lar, estes mesmos trabalhadores também foram afetados pela redução salarial e jornada de trabalho, ambos efeitos da pandemia da Covid-19.

A análise realizada indica que os trabalhadores desta categoria tiveram uma baixa de 16,49% no salário por hora trabalhada entre 2019 a 2021. 

Marcelo Neri, economista da FGV, explica que o impacto expressivo nos postos de empregos do lar ocorreu devido às recomendações de isolamento social. Portanto, o primeiro impacto foi sobre a ocupação e logo em seguida sobre os rendimentos.

Em contrapartida, aproximadamente 9,9% dos trabalhadores avaliados possuem maior grau de escolaridade. Especialistas explicam que este número representa a migração de pessoas mais escolarizadas para este setor.

Laura AlvarengaLaura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.