Nesta semana, o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, lançou o IVAR (Índice de Variação de Aluguéis Residenciais), que se torna uma nova opção para as dinâmicas de preço no mercado imobiliário. Saiba mais.
O coordenador do IPC Brasil do Ibre/FGV, Paulo Picchetti, diz que o IVAR já era calculado anteriormente pelo Ibre, porém, com outra metodologia, sendo um subíndice no cálculo do IPC-S e do IGP-M. Até então, eram levados em consideração os preços dos aluguéis em anúncios de locação de imóveis, acompanhado as variações deles.
“Esse claramente não é um método ideal porque a gente sabe que o preço pedido não necessariamente é o valor da transação efetiva, o valor é o que está no contrato, após negociações”, disse ele a CNN Brasil.
O IGP-M é o índice mais presente nos contratos de aluguel, porém, no último ano, ele acumulou uma alta de 17,78%, e em 2020, de 23,14%, fazendo com que muitos fossem atrás de outros índices para reajustar os contratos.
Funcionamento
Após esta diferença ser constatada, o instituto começou a criar um índice que medisse o real valor dos aluguéis imobiliários, isto é, os valores determinados em contrato e as variações.
Depois dos acordos serem firmados com imobiliárias e administradoras, a equipe encarregada obteve acesso aos contratos de aluguéis assinados todos os meses e os reajustes de aluguéis naquele mês, seja por conta da regra de atualizar o valor a cada 12 meses ou por renegociações.
O IVAR leva em consideração as variações nos preços desses dois fatores, o que de acordo com Picchetti, traz “uma dinâmica mais refinada. “Mudamos a fonte da informação”. Ao passo que o novo IVAR já segue essa metodologia, a mudança entra no IPC-S apenas este mês.
“Estamos vivendo um momento particular, de pandemia, recessão, e o mercado está sofrendo pela perda de poder aquisitivo das famílias. A realidade dos últimos dois anos foi nessa direção, de negociar os preços para baixo”, disse.
Por fim, ele diz que o IVAR é mais apropriado que o IGP-M do prisma conceitual para ser empregado nos contratos. “O IGP-M vem sendo há décadas nos reajustes de contratos, mas ele não foi criado para isso, ele foi criado para medir preços no atacado, de material de construção, preços ao consumidor”.