Não caiu bem: auditores da Receita Federal entregam cargos após reajustes para policiais

Reajuste de salário para os policiais gera problemas para demais servidores. Nessa terça-feira (22), o Congresso Nacional aprovou o projeto orçamentário de 2022 com um aumento de salário para os PM’s. Diante disso, auditores da Receita Federal passaram a entregar os cargos questionando o privilégio apenas para os militares. Entenda.

Para atender aos interesses políticos de Bolsonaro, o Congresso aprovou o projeto que amplia o salário dos policiais militares. A medida foi uma promessa do presidente para a categoria, visando sua reeleição em 2022. No entanto, os auditores da Receita Federal se mostraram insatisfeitos com tal situação.

Entrega de cargos pela Receita Federal

Assim que o texto orçamentário foi validado pelo Congresso, os auditores da Receita Federal deram início a um movimento de entrega dos cargos. Muitos justificam que a medida privilegia os policiais e exclui demais servidores que estão sendo afetados com constantes cortes fiscais.

“O corte orçamentário na Receita será usado para custear aumento dos policiais”, afirma Kleber Cabral, presidente do Sindifisco (Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita).

Até o momento, de acordo com apuração da Folha de São Paulo, pelo menos 20 auditores já entregaram os cargos. É válido ressaltar que enquanto a PM tem progressão financeira, a Receita Federal passou por fortes cortes para garantir seu funcionamento em 2022.

“Se não entra esse valor no Orçamento, o Executivo não assina o decreto e ele continua pagando [um bônus] fixo, desrespeitando a legislação que criou uma gratificação variável. [Vai] ficar todo mundo recebendo fixo independentemente da produtividade”, disse ao jornal Folha de São Paulo.

Além dos auditores, outros cargos como delegados e demais chefias também estão entrando com o pedido de exoneração. A Receita Federal argumenta que há um total descaso do governo para com a categoria, afirmando que o presidente Jair Bolsonaro não quer dialogar para possíveis melhorias.

Observam, igualmente perplexos, a ausência de movimentação por parte da cúpula do órgão quanto a se manifestar de forma incisiva sobre o problema“, diz carta publicada pela Receita Federal.

É válido ressaltar que essa é a segunda vez em dezembro que os auditores ameaçam pedir demissão. Um clima de tensão se consolidou na RF sem previsão de apaziguação.

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Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.