De acordo com o colunista do jornal “O Globo”, Lauro Jardim, tem ganhado força no atual governo a ideia de sustentar o Auxílio Brasil no valor de R$ 600. Embora a ideia pareça um sonho muito alto diante do valor a ser investido, essa medida pode na verdade beneficiar o governo Bolsonaro.
Fica mais fácil de entender essa relação quando revelados os dados de que o Centrão, grupo apoiador do presidente, já constatou uma rejeição de pelo menos 53% do público eleitoral. O grande motivo está ligado as atitudes do atual presidente da República.
Surge daí, a ideia de aumentar o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, buscando agradar e conquistar os eleitores da classe C e D.
Embora aumentar o valor do programa social pareça uma medida extravagante, considerando que para conseguir espaço no orçamento para bancar os R$ 400 já houve muita briga no Congresso.
Até mesmo o ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a defender o reajuste, falando em um auxílio de R$ 800.
Reação do mercado ao Auxílio Brasil de R$ 600
Ao ser divulgado o interesse do atual governo em aumentar o valor do auxílio aos mais pobres, e principalmente, em usar mais da verba pública nesse setor, o mercado financeiro começou a reagir.
Durante o dia de ontem, 20, a Bolsa de Valores registrou quedas. As ações da Vale caíram 1,12%. E ainda, houve alta de mais de 3% nos preços do minério de ferro na China, a US$ 123 por tonelada.
Policiais também receberão “agrado”
Congresso e governo chegaram a um acordo na madrugada desta terça-feira (21), quando o deputado Hugo Leal (PSD-RJ), relator do orçamento de 2022, decidiu incluir R$ 1,7 bilhão para bancar o reajuste no salário de policiais.
Serão beneficiados aqueles que atuam dentro da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, do Departamento Penitenciário Nacional e do Ministério da Justiça.
Tendo em vista a carreira militar de Bolsonaro, a classe sempre se mostrou a favor do presidente, mas foi diminuindo a boa relação ao longo do mandato.
Justamente por isso, o próprio presidente quem solicitou o reajuste o aumento do salário. O acordo na madrugada de hoje (21) foi entre o Ministério da Economia e e outros setores do Executivo.
Afinal, por que o reajuste do auxílio seria bom para Bolsonaro?
Em resumo, tendo em vista que seu maior rival político para as eleições 2022 é o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, quem inclusive lidera as pesquisas de intenção de votos, segundo o Ipespe, com 44% das intenções de voto, Bolsonaro tem buscado se reerguer entre os eleitores.
Lula se destacou durante anos com programas sociais, por exemplo, criando e turbinando o Bolsa Família. Justamente por isso, tem em grande parte do seu eleitorado o público mais pobre, que depende de assistência social.
Para não ficar atrás, a ideia de Bolsonaro é justamente conseguir conquistar a confiança desse mesmo grupo. Criando estratégias políticas sociais que possam deixar sua candidatura mais popular.