“Enem está a cara do governo”; por que fala de Bolsonaro preocupa?

Governo Federal deve ser investigado por suposta intervenção no Enem 2021. A prova do exame é sigilosa e não pode sofrer interferência externa ou censura, mas, falas do Presidente acenderam um alerta.

"Enem está a cara do governo"; por que fala de Bolsonaro preocupa?
“Enem está a cara do governo”; por que fala de Bolsonaro preocupa? (Imagem: FDR)

Há poucos dias da aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio e mais uma vez as provas voltam a ser foco de discussão, isso porque é possível que uma investigação seja aberta para apurar uma interferência governamental no exame.

Interferência do Governo Federal no Enem?

Não é a primeira vez que o governo atual dá indícios de interesse em “conferir” as provas do Enem antes delas serem aplicadas. Meses atrás o Ministro da Educação afirmou desejar fazer parte da comissão responsável pela elaboração das provas.

Na última segunda-feira, 15, durante uma entrevista concedida à CNN Brasil, o Presidente afirmou:

“O que eu considero muito é que começa a ter a cara do governo as questões da prova do Enem. Ninguém precisa estar preocupado com aquelas questões do passado, que caía tema de redação que não tinha nada a ver com nada, realmente é algo voltado para o aprendizado”.

Essa fala acendeu um alerta, pois, como o Presidente pode afirmar que o exame vai ter a cara da sua gestão sem ter contato com as provas?.

É exatamente esse o questionamento feito por diversos especialistas em educação e política.

Na tentativa de encerrar esse debate, o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, também à CNN afirmou que não houve interferência de parte alguma na elaboração das provas.

Quero afirmar a todos os estudantes e aos alunos e pais que nos ouvem que o Enem está garantido. As provas foram impressas há meses, já foram encaminhadas. Não há como interferir nem eu, nem o presidente do Inep, nem o presidente da República. Então, essa ideia de que houve interferência é uma narrativa de quem quer politizar a educação”, afirmou Ribeiro.

O Ministro já havia comunicado que a aplicação do exame estava garantida mesmo em meio as demissões voluntárias que o INEP sofreu nos últimos dias.

Além disso, ele continuou justificando a fala do Presidente na tentativa de desfazer o suposto “mal entendido”.

Essa é uma pergunta que caberia bem a ele [Bolsonaro] responder porque ele nunca me pediu nada, nunca sugeriu nada. Então, eu simplesmente estou aqui para desfazer uma narrativa. Ele falou a ‘cara do governo’ porque é o nosso governo. Nós temos feito da melhor maneira possível”, afirmou.

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Jamille Novaes
Baiana, formada em Letras Vernáculas pela UESB, pós-graduada em Gestão da Educação pela Uninassau. Apaixonada por produção textual, já trabalhou como corretora de redação, professora de língua portuguesa e literatura. Atualmente se dedica ao FDR e a sua segunda graduação.