Segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o preço da carne teve queda no mês de outubro. O recuo foi de apenas 0,78%, interrompendo uma sequência de aumentos.
No mês passado, de acordo com o IPC, o preço da carne diminuiu 0,78%. Com isso, não compensa os custos acumulados que chegam a 11,57% em 2021 e de 21,51% nos últimos 12 meses.
A porcentagem é pequena, mas quebra uma sequência de altas que já dura mais de um ano. A causa dessa diminuição é a suspensão da exportação para a China. O país é o maior comprador da produção brasileira.
A exportação da carne bovina para a China está suspensa há mais de 60 dias, desde que foram identificados casos da “vaca louca”. Diante disso, assim que as exportações retornarem, o preço da carne será estabilizado.
Além disso, afirmou o coordenador do IPC/Fipe, Guilherme Renato Caldo Moreira, “com a aproximação das festas de fim de ano, o consumo aumenta, o que pode sustentar o preço”, declarou ao Extra.
Mesmo sendo uma queda discreta no preço da carne para o consumidor, no atacado e no campo já foram registradas quedas mais acentuadas. Por exemplo, o preço do boi passou de R$ 313 a arroba no mês de agosto, para R$ 264,60 no dia 5 de novembro.
Já no atacado, a carne caiu 4,15% do mês de setembro para outubro, de acordo com cálculos Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo (USP).
De acordo com o pesquisador do Cepea, Thiago Bernardino de Carvalho, os frigoríficos preferem arcar com os custos do armazenamento do que vender no mercado interno, com preço abaixo do que era comercializado para a China, afirmou ao Extra.
Contribuindo para essa ação, o Ministério da Agricultura autorizou a estocagem da carne que seria exportada para a China em contêineres refrigerados pelo prazo de 60 dias. A ação foi devido ao pedido dos produtores que esperam voltar a vender o produto com bons preços no mercado externo.
Outras proteínas continuam tendo aumentos consecutivos, como é o caso do frango. Esse produto, segundo o IPC/Fipe teve uma variação mensal em outubro de 1,26%. Em 2021, já acumular alta de 32,71% e, em 12 meses, o aumento chega a 39,57%.