Informações recentes indicam que uma ala do governo do presidente Jair Bolsonaro pende a favor da prorrogação do auxílio emergencial ao invés da implementação do Auxílio Brasil. O posicionamento, em parte, é uma preparação para a possível derrota da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos precatórios.
A PEC dos precatórios foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados na madrugada desta quinta-feira, 4, e deve ser apreciada em segundo turno entre hoje e a próxima terça-feira, 9.
Este foi o meio encontrado pela equipe econômica do Governo Federal para financiar o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família cuja promessa é pagar parcelas no valor de R$ 400.
Essa nova esperança depositada na prorrogação do auxílio emergencial surgiu em meio à aprovação acirrada da PEC dos precatórios em primeiro turno, e o receio em não ser apreciada favoravelmente em segundo turno.
Isso porque, na próxima etapa é quando os deputados irão sugerir e analisar destaques em pontos específicos do texto, o que pode prolongar ainda mais a aprovação a caráter conclusivo.
No entanto, uma possível derrota em segundo turno seria o argumento usado pela equipe técnica do Governo Federal para dizer que a oposição decidiu votar contra o Auxílio Brasil. Por esta razão não restou outra alternativa, a não ser a prorrogação do auxílio emergencial que pagou a sétima e última parcela no mês de outubro.
É justamente essa ala do governo que defende a prorrogação do auxílio emergencial com o objetivo de atender o mesmo público que já estava sendo atendido.
Isso quer dizer que os 39 milhões de beneficiários poderão continuar recebendo uma ajuda financeira por mais algum tempo, e não somente os 14,6 milhões que serão incluídos no Auxílio Brasil.
O número expressivo se deve ao fato de que, além dos beneficiários do extinto Bolsa Família, o auxílio emergencial também amparava outros 22 milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade social.
Essa é a parcela da população considerada como invisível aos olhos do Ministério da Economia por não possuírem nenhum cadastro social, precisando da ajuda do governo para se manter.
Também é justamente este público que ficaria fora do Auxílio Brasil. Somente uma parcela mínima de, aproximadamente 2,4 milhões de pessoas, teriam a oportunidade de inclusão no novo programa de transferência de renda.
Desde o princípio, o Governo Federal anunciou que os cidadãos inscritos no Bolsa Família seriam automaticamente incluídos no Auxílio Brasil.
Em contrapartida, também prometeu a ampliação do número de beneficiários de 14,6 milhões, total atendido pelo Bolsa Família hoje, para 17 milhões. Este é o saldo de 2,4 milhões que receberam o auxílio emergencial e que terão a chance de integrarem o Auxílio Brasil caso se enquadrem nos requisitos de pobreza e pobreza extrema, além de estarem inscritos no Cadastro Único (CadÚnico).