MEI, desempregados e quem está fora do Bolsa Família teme vida sem auxílio

Fim do auxílio emergencial deve deixar milhares de brasileiros nas margens da extrema pobreza. Na próxima semana, o governo encerrará a concessão da sétima e última parcela prevista pelo projeto. Para quem não é beneficiário do Bolsa Família, como MEI, autônomos e desempregados, isso significa um futuro de incertezas em plena crise.

MEI, desempregados e quem está fora do Bolsa Família teme vida sem auxílio (Imagem: Marcos Rocha/ FDR)
MEI, desempregados e quem está fora do Bolsa Família teme vida sem auxílio (Imagem: Marcos Rocha/ FDR)

Liberado desde 2020, o auxílio emergencial tem sido a principal fonte de renda de parte significativa da população brasileira. Com a chegada da covid-19, milhares de cidadãos perderam seus empregos e passaram a contar com a renda do projeto para manter a comida na mesa. Porém, diante de seu fim as previsões para 2022 são assustadoras.

Fim do auxílio emergencial deve ampliar cenário de crise

Analistas econômicos e políticos afirmam os primeiros meses de 2022 serão de total estado de crise. O governo federal vem lançando propostas para a população vinculada ao Bolsa Família, mas irá descobrir milhares de pessoas que perderam seus empregos na pandemia e não terão o direito de se vincular ao novo projeto.

Com isso, é de se esperar que MEI’s, demais autônomos e aqueles desempregados passem a integrar os indicativos de pobreza e extrema pobreza.

Além do fim da concessão do benefício e nenhuma proposta para esse grupo, é válido ressaltar que o país vive uma das piores crises econômicas de sua história, agravando ainda mais este cenário.

Sem fonte de renda e com a sobrevivência mais cara, essas pessoas terão que lutar para manter a comida na mesa, cientes de que atualmente uma cesta básica vem sendo vendida por mais que R$ 1 mil.

Auxílio Brasil não engloba toda população vulnerável

Nessa semana, o governo informou que lançará um benefício com o valor de R$ 400, no entanto, apenas 17 milhões de famílias deverão ser contempladas. Porém, a lista de brasileiros nas margens da vulnerabilidade já ultrapassa mais de R$ 40 milhões de pessoas.

Somente nas filas de concessão do Bolsa Família, há mais de 100 mil pessoas aguardando a entrada no projeto. No entanto, o Ministério da Cidadania barrou a inclusão de novos segurados sob a justificativa de estar reorganizando o funcionamento da pasta. Até então, esse grupo segue sem retorno sobre uma possível assistência.

Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.