Por que os alimentos estão tão caros? Itens básicos sobem e apertam orçamento

Manter a despensa e a geladeira abastecidas com alimentos variados têm sido uma tarefa cada vez mais difícil. O brasileiro tem sido desafiado nos últimos meses com uma simples situação cotidiana: fazer as compras no supermercado e se manter dentro do orçamento.

Por que os alimentos estão tão caros? Entenda o que está acontecendo
Por que os alimentos estão tão caros? Itens básicos sobem e apertam orçamento (Imagem: Reprodução/RBJ)

Existem vários fatores que influenciam na variação do preço dos alimentos e uma das palavras mais famosas nos noticiários ultimamente é inflação. Mas afinal, o que é exatamente inflação e como isso impacta na sua vida?.

Quando há inflação, “os preços sobem de elevador e os salários sobem de escada”. Esta frase é atribuída ao ex-presidente argentino Juan Domingo Perón nos anos 1970, mas pode descrever com precisão o cenário do Brasil de 2021.

O problema vai muito além do que o litro de gasolina a R$ 7,00 e os custos crescentes de alimentação. A grande questão é que a renda da maioria da população cresce numa velocidade infinitamente menor que a alta nos preços dos itens essenciais.

Além disso, os preços observados nas prateleiras do mercado subiram em resposta à desvalorização do real, às mudanças nos hábitos de consumo e ao aumento da inflação, sem contar a crise econômica agravada pela pandemia da Covid-19.

Primeiro precisamos entender o efeito em cadeia que ocorre na composição dos custos dos produtos.

Por exemplo, o gado que produz a carne e o leite se alimenta do milho. Já este milho é um item usualmente exportado e tem seu preço vinculado ao dólar.

Além disso, também precisam ser considerados os custos com energia elétrica e transporte, entre outros.

Logo, o cenário de crise que o país enfrenta encarece todo o processo, desde a produção até o consumo final, levando aos preços observados no mercado.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação começou a subir gradualmente após a distribuição do auxílio emergencial em 2020.

Desde então, o preço do óleo de soja subiu 87,89%, o arroz ficou 69,80% mais caro e a batata passou a custar 47,84% a mais.

Outro ponto que influencia nos preços é a desvalorização do real brasileiro em comparação ao dólar, o que vem acontecendo desde 2015 e foi agravada pela pandemia. A produção nacional depende de diversos insumos importados.

Em entrevista à BBC News Brasil, a economista Maria Andreia Lameiras, pesquisadora responsável pelo Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, explicou:

“Aí, essa alta de alimentos no Brasil fica ainda maior, porque aquele alimento que tenho que importar fica mais caro e porque o produtor do grão, da carne, vê que é mais vantajoso exportar do que vender para o mercado interno, porque ele vai receber em dólar e acaba tendo rentabilidade muito maior”, argumenta.

Outro fator que impacta no aumento dos preços é a Lei da Oferta e Demanda. Ou seja, quando a oferta é maior que a procura, os preços tendem a cair; e quando a procura é maior que a oferta, os preços tendem a aumentar.

Com a diminuição do auxílio emergencial para R$ 300,00, por exemplo, o poder de compra de grande parte dos brasileiros foi reduzido. Com isso, os preços tendem a cair, pois a demanda pelos alimentos irá diminuir.

Atualmente, está em tramitação no Senado o Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 53, de 2021, que tem como objetivo vetar o aumento dos preços dos alimentos da cesta básica acima da inflação durante a pandemia. Se a lei for aprovada, certamente será um alívio para muitas famílias.

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