Decisões do governo faz o mercado financeiro recuar em seus investimentos. As últimas 48h foram de quedas na bolsa de valores. Diante do pronunciamento de Bolsonaro sobre a implementação do Auxílio Brasil, as principais empresas do país tiveram uma baixa em suas aplicações.
O futuro social do país impacta a vida de mais de 17 milhões de brasileiros que enfrentam a fome, mas também vem gerando dor de cabeça para os investidores do mercado.
Após Bolsonaro afirmar que iria ultrapassar o teto de gastos para financiar o Auxílio Brasil, as ações nacionais caíram consideravelmente.
Bolsa de valores em queda mediante instabilidade do governo
De acordo com a contabilização da Bolsa Brasileira (B3), foram perdidos mais de R$ 152,1 bilhões em valor de mercado. A empresa mais afetada foi a Petrobras, com uma queda de R$ 17,89 bilhões.
Houveram ainda impactos em marcas como a Ambev, Bradesco, Santander, entre outras. O principal motivo desse cenário foi a afirmação do chefe de estado de que extrapolaria o teto orçamentário delimitado pelo Congresso.
O dólar, na contramão, teve uma alta de 1,33%, a R$ 5,5938 – no maior valor desde 15 de abril.
Lista das dez empresas com maior queda na bolsa de valores
- Petrobras: 17,89 bilhões
- Ambev: R$ 7,5 bilhões
- Bradesco: R$ 6,21 bilhões
- Santander Brasil: R$ 6,20 bilhões
- Itaú Unibanco: R$ 5,7 bilhões
- Vale: R$ 4,6 bilhões
- Banco do Brasil: R$ 4,5 bilhões
- Weg: R$ 4,2 bilhões
- Grupo Natura: R$ 3,8 bilhões
- Magazine Luiza: R$ 3,6 bilhões
Vice-presidente diz não ceder a pressão do mercado
Ao chegar em Brasília nessa quarta-feira (20), o vice-presidente, Hamilton Mourão, informou que não irá baixar a cabeça para o mercado. De acordo com ele, as quedas mencionadas acima funcionam como uma espécie de pressão para desestabilizar o governo.
“A gente também não pode ser escravo do mercado. A questão social é uma responsabilidade do governo e não do mercado, apesar de algumas doutrinas dizerem que o mercado resolve tudo. Não é bem assim que ocorre. Se houver uma transparência total na forma como o gasto vai ser executado e de onde vai vir o recurso, eu acho que o mercado não vai ficar agitado por causa disso”, afirmou.
Segundo Mourão, garantir a agenda social em funcionamento deve ser uma obrigação do governo, levando em consideração os impactos da pandemia da covid-19.
“Uma coisa é certa, a gente precisa ter um auxílio um pouquinho mais robusto face à situação que estamos vivendo, com grande número de gente desempregada e porque a economia não conseguiu retomar plenamente depois da pandemia“, disse.