Em contradição às recomendações do Ministério da Saúde, o estado do Paraná confirmou que dará continuidade às vacinação dos adolescentes sem comorbidades. O anúncio foi feito pelo governador Ratinho Júnior que, completou dizendo que os adolescentes com comorbidades podem ser vacinados a partir de amanhã. 23.
A decisão foi tomada e divulgada após uma reunião realizada nesta terça-feira, 21, entre o Governo Estadual, o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Paraná (Cosems/PR) e a Associação dos Municípios do Paraná (AMP).
O governador destacou que a medida trata-se de um consenso geral que dará a oportunidade de toda a população se vacinar o quanto antes.
É importante informar que a vacinação para adolescentes seguirá o modelo de atendimento por ordem decrescente, ou seja, os primeiros a serem atendidos são aqueles na faixa etária dos 17 anos caindo gradativamente até chegar aos jovens com 12 anos de idade. Este padrão é válido para os adolescentes com e sem comorbidades.
O governo paranaense também declarou que a vacinação contra a Covid-19 irá atender adolescentes com deficiências permanentes, gestantes, puérperas, indígenas e pessoas privadas de liberdade.
Na oportunidade, o governador explicou que os jovens com 17 anos serão os primeiros a serem atendidos devido ao estoque de vacinas, cujas doses são o suficiente para atender somente este público.
Lembrando que a vacinação dos adolescentes deve ser feita com as vacinas da Pfizer. Este é o único imunizante autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para atender este público.
Além do mais, o Ministério da Saúde ainda não enviou lotes específicos com doses para atender este público, portanto, as cidades paranaenses estão utilizando doses remanescentes da vacina.
Este “saldo” de imunizantes equivale a uma reserva técnica, composta por 5% das doses enviadas a cada lote. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), a cada lote é preciso separar este percentual de vacinas que devem ser armazenadas para suprir eventuais necessidades.
Ainda assim, o Governo do Paraná informou que irá pressionar o Ministério da Saúde para que a pasta federal cumpra o cronograma de entregas. Somente com o apoio mútuo entre as pastas no âmbito federal e estadual, é possível assegurar a manutenção e o avanço da campanha de vacinação contra a Covid-19.
Lista de comorbidades
- Diabetes;
- Pneumopatia crônica grave;
- Hipertensão Arterial Resistente;
- Hipertensão Arterial estágio 3;
- Hipertensão Arterial estágio 1 e 2 com lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade;
- Insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, intermediária ou preservada; em estágios B, C ou D, independente de classe funcional da New York Heart Association;
- Cor-pulmonale crônico, hipertensão pulmonar primária ou secundária;
- Cardiopatia hipertensiva (hipertrofia ventricular esquerda ou dilatação, sobrecarga atrial e ventricular, disfunção diastólica e/ou sistólica, lesões em outros órgãos-alvo);
- Síndromes coronarianas crônicas;
- Valvopatias;
- Miocardiopatias de quaisquer etiologias ou fenótipos; pericardite crônica; cardiopatia reumática;
- Doenças da aorta, dos grandes vasos e fístulas arteriovenosas;
- Arritmias cardíacas com importância clínica e/ou cardiopatia associada;
- Cardiopatias congênitas no adulto com repercussão hemodinâmica, crises hipoxêmicas; insuficiência cardíaca; arritmias; comprometimento miocárdico;
- Doença cerebrovascular;
- Doença renal crônica estágio 3 ou mais e síndrome nefrótica;
- Imunossuprimidos;
- Hemoglobinopatias graves;
- Obesidade mórbida (IMC ≥ 40);
- Síndrome de down;
- Cirrose hepática ;
- Doenças neurológicas crônicas, doença cerebrovascular.