- O piso nacional ideal para sustentar uma família composta por dois adultos e duas crianças deveria ser maior que R$ 5.500;
- As famílias com renda de um salário mínimo têm entre 44,86% a 65,32% dos ganhos mensais comprometidos;
- Boa parte dos itens que compõem a cesta básica sofreu grande aumento devido á inflação;
O povo brasileiro vem sofrendo com a alta na inflação, principalmente na compra dos alimentos. A população mais pobre é a mais afetada, já que boa parte de sua renda está sendo destinada para a compra da cesta básica para a sobrevivência.
O preço da cesta básica está cada dia mais cara, por causa da alta na inflação dos alimentos. A principal explicação para esta mudança é a queda ou redução na renda das famílias brasileiras por causa dos impactos econômicos gerados pela pandemia da Covid-19.
Outro fator que influencia no poder de compra da cesta e de outros produtos e serviços é o atual valor do salário mínimo de R$ 1.100. O Dieese declara que o piso nacional ideal para sustentar uma família composta por dois adultos e duas crianças deveria ser maior que R$ 5.500.
Esse aumento é percebido por todos os brasileiros, porém, são os mais pobres os mais afetados. As famílias com renda de um salário mínimo têm entre 44,86% a 65,32% dos ganhos mensais comprometidos com a compra dos alimentos.
A cesta básica é composta por 13 alimentos: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão, café, banana, açúcar, óleo e manteiga. Segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de junho os alimentos que mais subiram de preço no acumulado de 12 meses, foram:
- Óleo de soja – 83,79%;
- Feijão fradinho – 48,19%;
- Peito bovino – 47,74%;
- Arroz – 46,21%;
- Músculo – 46,06%;
- Paleta bovina – 45,54%;
- Costela bovina – 45,22%;
- Lagarto redondo – 44,14%;
- Lagarto comum – 40,6%;
- Acém – 40,11%.
Como é possível perceber boa parte dos itens que compõem a cesta básica sofreu grande aumento devido á inflação. Por esse motivo, os brasileiros estão vendo a diferença na hora de fazer as compras de mercado.
Valor da cesta básica no Brasil
A cesta mais cara foi encontrada em Porto Alegre custando R$ 664,67. Em Florianópolis os moradores estão pagando R$ 659 pelos itens básicos. Seguindo a lista das cestas mais caras está São Paulo com R$ 650,50.
Os moradores de João Pessoa, Salvador e Aracajú são os que estão conseguindo adquirir a cesta básica pelo preço mais barato. Na capital da Paraíba, o preço dos itens ficou em R$ 490,93. A capital da Bahia apresenta um custo de R$ 485,44 e, por fim, a mais barata foi de R$ 456,40 em Aracajú.
A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos foi realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e conta com 17 capitais. A empresa também pesquisou o custo da cesta em comparação a um salário mínimo.
Diante disso, em Porto Alegre o trabalhador compromete 65,32% da renda, Florianópolis 64,77% e São Paulo 63,93%. Mesmo as capitais onde a cesta estava mais barata, o comprometimento da renda familiar supera os 40%.
Em João Pessoa é preciso desembolsar 48,25% de um salário mínimo para comprar os alimentos básicos para sustentar uma família. Em Salvador o comprometimento é de 47,71% e, por fim, Aracajú com 44,86%.
Nos últimos 12 meses até agosto, o preço da cesta subiu mais de 10% em todas as capitais pesquisadas pelo Dieese. A maior alta foi registrada em Brasília de 34,13% em um ano. Em outras sete capitais, a alta acumulada passa dos 20%:
- Campo Grande (25,78%);
- Porto Alegre (24,84%);
- Florianópolis (24,24%);
- Vitória (21,50%);
- Natal (21,11%);
- São Paulo (20,47%);
- Belém (20,07%).
Entre os meses de julho e agosto, a cesta ficou ainda mais cara em 13 das 17 capitais pesquisadas. As maiores altas foram registradas em Campo Grande (3,48%), Belo Horizonte (2,45%) e Brasília (2,10%).
As únicas capitais onde o custo apresentou queda foram Aracajú (-6,56%), Curitiba (-3,12%), Fortaleza (-1,88%) e João Pessoa (-0,28%). Com exceção de Aracajú, todas as outras capitais tiveram queda abaixo dos aumentos.
Horas de trabalho para comprar a cesta básica
Considerando o salário mínimo de 2021 no valor de R$ 1.100, o Diesse calcula quantas horas é necessário trabalhar para comprar a cesta básica. O cálculo resultou em 73 horas para a cesta mais cara e 50 horas para a mais barata.
Diante disso, um trabalhador que trabalhar 40 horas semanais precisará de quase duas semanas para bancar a compra dos alimentos. Dessa maneira, é quase a metade do mês destinado apenas para a alimentação da família. É importante lembrar que do salário ainda é preciso pagar a luz, água, internet e aluguel.