Sindicatos criticam nova reforma trabalhista e dizem ser “escravidão”

Por conta da proposta de nova reforma trabalhista, trabalhadores demonstraram insatisfação. Nesta quinta-feira (11), representantes sindicais divulgaram uma nota criticando os “jabutis” inseridos na medida. Em nota, o texto foi apelidado de “MP da escravidão”.

Sindicatos criticam nova reforma trabalhista e dizem ser "escravidão"
Sindicatos criticam nova reforma trabalhista e dizem ser “escravidão” (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Os “jabutis” se referem aos assuntos incluídos no projeto durante a tramitação — e que não são relacionados ao texto inicial. Pouco antes haver a votação do relatório, o relator estendeu as alterações na medida provisória.

De acordo com a nota, os representantes sindicais declararam que as novas medidas de flexibilização trabalhista, e afastamento dos sindicatos nas negociações, “seguem na linha da precarização”.

Também foi informado que as propostas “aumentarão a vulnerabilidade dos trabalhadores e das trabalhadoras”.

No entendimento do presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, a medida tem impacto negativo especialmente para os jovens. Ele declara que a medida provisória “tira o futuro dos jovens, inviabiliza a eles as condições para ficar nas escolas”.

A nota foi assinada por 11 representantes de sindicatos e centrais sindicais, como a CUT, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

Por outro lado, o secretário do Trabalho do Ministério do Trabalho e Previdência, Bruno Dalcolmo, alegou que as medidas são necessárias para elevar a resiliência do mercado de trabalho.

A nova reforma prevê diversas mudanças no modelo atual. Entre as sugestões, estão a criação de uma nova modalidade trabalhista sem direito a férias, FGTS e 13º salário.

O texto propõe a criação de uma modalidade de trabalho, sem a oferta de direitos trabalhistas, previdenciários e carteira assinada — o Requip. Este programa concede ao trabalhador uma bolsa e vale-transporte.

Outro ponto é a criação de um programa de incentivo ao primeiro emprego, o Priore. Este projeto vale para os jovens, e ainda estimula a contratação de pessoas maiores de 55 anos desempregados há mais de 12 meses. O funcionário poderá receber um bônus no salário, mas com FGTS menor.

Câmara conclui votação da nova reforma trabalhista

Nesta quinta-feira (12), a Câmara dos Deputados concluiu a votação da nova reforma trabalhista. Dessa vez, os deputados finalizaram a votação de destaques — as alterações nos textos. Houve rejeição em todos.

Assim, o projeto seguirá ao Senado. Caso tenha aprovação sem mudanças, será direcionado para sanção do presidente. Por outro lado, se houver alteração do texto, será preciso uma nova votação na Câmara.

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.