Criação do Auxílio Brasil deve gerar pressão maior sobre governo Bolsonaro

Nas últimas semanas, o governo federal vem trabalhando na consolidação do novo Bolsa Família. Com a possibilidade da troca do nome por Auxílio Brasil, o projeto irá gerar um custo de mais de R$ 40 bilhões para a União, gerando tensão entre os ministérios públicos.

Criação do Auxílio Brasil deve gerar pressão maior sobre governo Bolsonaro (Imagem: Edu Andrade/Ascom/ME)
Criação do Auxílio Brasil deve gerar pressão maior sobre governo Bolsonaro (Imagem: Edu Andrade/Ascom/ME)

Há meses o chefe da pasta econômica, Paulo Guedes, vem avaliando possibilidades de ampliar o orçamento da União e assim financiar o Auxílio Brasil.

O programa funcionará como uma extensão do Bolsa Família, que terá a mensalidade mínima reajustada para R$ 300 e cerca de 17 milhões de beneficiários.

Pressão em Guedes recusa aumento da carga tributária

Como alternativa para poder financiar o novo projeto, Guedes sugeriu que o país passasse por uma reforma tributária. Para isso, seriam criados novos impostos e haveria ainda o encerramento de uma série de isenções, desde os gastos referentes a saúde e educação, passando até pelo vale alimentação.

Diante dos informes liberados por Guedes e sua equipe, demais parlamentares passaram a não aprovar a medida. De acordo com fontes internas, será preciso cortar gastos em determinados setores, o que vem gerando uma briga entre os ministros da própria equipe de Bolsonaro.

Cobrança por resultados

Muitos deputados e senadores afirmam que as propostas de Guedes não passam de promessas, mas até o momento não há implementação que gere um retorno econômico efetivo e imediato.

Há políticos que questionam a atuação do ministro, afirmando que o país permanece enfrentando dificuldades na geração de empregos e a população não consegue por comida na mesa.

Diante de tais questionamentos, o chefe econômico do governo passa a ser pressionado para melhorar o desempenho econômico do país, caso contrário seu poder será reduzido. Na linha de frente das cobranças está o Centrão, que vem solicitando a recriação dos ministérios.

Até o momento o presidente Jair Bolsonaro não se pronunciou sobre o assunto. Por enquanto, não há previsão para a implementação do novo sistema tributário, o governo avalia a extensão do auxílio emergencial e afirma que o novo Bolsa Família funcionará a partir de novembro. Porém, para tudo isso é preciso ainda definir o orçamento da União.

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Doutoranda e mestra em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a coordenação de edição dos Portais da Grid Mídia e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas socias e economia popular. Iniciou sua trajetória no FDR há 7 anos, ainda como redatora, desde então foi se qualificando e crescendo dentro do grupo. Entre as suas atividades, é responsável pela gestão do time de redação, coordenação da edição e analista de dados.