Ministério do Trabalho foi recriado; o que muda a partir de agora?

A recriação do Ministério do Trabalho divide opiniões. Alguns acreditam que a pasta irá mudar o relacionamento entre o Governo e os trabalhadores. Porém, outros acreditam que a decisão se trata de arranjo político para fins eleitoreiros.

Ministério do Trabalho foi recriado; o que muda a partir de agora?
Ministério do Trabalho foi recriado; o que muda a partir de agora? (Imagem: Reprodução Pedro Alves)

O Ministério do Trabalho foi extinto no início do mandato do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No momento, o chefe do Executivo também acabou com outros ministérios da área econômica, visando trazer economia com os gastos públicos.

Diante disso, as pastas foram fundidas no Ministério da Economia. Porém, agora os ministérios do Trabalho e da Previdência voltaram a ser independentes. Onyx Lorenzoni, que ocupava a Secretaria-Geral da Presidência, assumiu o Ministério do Trabalho.

Com isso, o Brasil volta a ter um ministério focado na política de emprego, como aconteceu entre 1930 e 2019. É esperado que a pasta consiga estabelecer um bom diálogo com os trabalhadores para que possa ser implantadas políticas de geração de empregos.

A Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho) acredita que o Ministério do Trabalho é fundamental para ajudar na criação de empregos e proteger os trabalhadores durante a pandemia de Covid-19 e após o fim do período de calamidade pública.

A associação foi um dos órgãos que criticou a decisão de Bolsonaro ao extinguir a pasta em janeiro de 2019. Para a Anamatra é necessário uma estrutura com autonomia para criar políticas contra o desemprego.

Por outro lado, há suspeitas na decisão do presidente. O presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Sérgio Nobre, afirmou que a extinção do ministério teve como intuito acabar com o diálogo com a classe trabalhadora.

O sindicalista disse que o retorno com a pasta não visa trazer melhorias para as categorias. Segundo ele, a ação tem como fim “alocar mais apoiadores dentro do governo e garantir, assim, votos e aprovação às suas ações desastrosas”.

Segundo Nobre, essa decisão foi tomada diante do desespero do presidente por causa das pesquisas eleitorais e da CPI da Covid.

O IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário) acredita que recriação da pasta não aumenta o diálogo entre os trabalhadores e o governo, mas só cria mais burocracia.

Glaucia Alves
Formada em Letras-Inglês pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou na área acadêmica durante 8 anos. Em 2020 começou a trabalhar na equipe do FDR, produzindo conteúdo sobre finanças e carreira, onde já acumula anos de pesquisa e experiência.