Trabalhadores poderão perder seus vales alimentares com aceitação do novo sistema tributário. Há semanas a equipe econômica do governo federal vem trabalhando no projeto que irá reformular o IRPF 2022. Entre as propostas sugeridas na pasta está o fim da isenção para as empresas que ofertam vale-alimentação e vale-refeição. Entenda os impactos.
Normalmente o trabalhador que atua de carteira assinada passa a ter direito de receber uma espécie de vale-alimentação ou vale-refeição que o auxilia em seu orçamento.
Na contrapartida, as empresas são beneficiadas com isenções na declaração do imposto de renda, tendo as taxações tributárias reduzidas.
O que diz a reforma tributária
Com a nova proposta para o sistema de impostos nacionais, o governo avalia a possibilidade de acabar com a isenção ligada ao vale-alimentação e ao vale-refeição.
Isso significa dizer que os empregadores não terão mais descontos na hora de prestar conta com a Receita Federal, deixando assim o abono de ser benéfico para eles.
Atualmente, as empresas e companhias que oferecem esse tipo de benefício aos empregados, debatem os valores repassados na hora de montarem seu Imposto de Renda. Porém, de autoria do relator da reforma tributária, Celso Sabino (PSDB-PA), o novo projeto deverá encerrar com a isenção.
De acordo com os relatórios do ministério da economia, há cerca de 280 mil empresas ofertando o vale-alimentação e vale-refeição para aproximadamente 22,3 milhões de trabalhadores.
Sem a isenção, o governo espera arrecadar R$ 1,4 bilhão em 2022 e R$ 1,5 bilhão em 2023, gerando assim um maior retorno financeiro para as contas públicas.
Bares e restaurantes deverão ser afetados
Em entrevista ao portal UOL, o presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Paulo Solmucci, explica que o fim da isenção trará um impacto negativo para quem atua no setor de alimentos.
De acordo com ele, parte do faturamento dos bares e restaurantes se dão através desse tipo de vale, o que significa que a população deverá reduzir o consumo caso tenha que custear suas alimentações.
Até o momento não há uma previsão para a validação da reforma tributária. O projeto se encontra em estruturação sob a fiscalização do chefe da pasta, o ministro Paulo Guedes.