Por que prorrogar o auxílio emergencial é importante para Bolsonaro?

Pontos-chave
  • Com popularidade baixa, Bolsonaro recria estratégias para eleição em 2022;
  • Criação e pagamento do auxílio aumentaram popularidade de Bolsonaro;
  • Aliados ao governo sugerem estender pagamento no valor de R$ 400.

Auxílio emergencial vira prioridade na agenda do presidente Jair Bolsonaro. Nas últimas semanas, o chefe de estado vem se pronunciando sobre uma série de medidas que movimentem suas pautas sociais. Com proposta para prolongar o coronavoucher no segundo semestre, o governo avalia reeleição em 2022.

Por que prorrogar o auxílio emergencial é importante para Bolsonaro? (Foto: Reprodução/Poder360)
Por que prorrogar o auxílio emergencial é importante para Bolsonaro? (Foto: Reprodução/Poder360)

Nas últimas semanas muito tem se falado sobre a extensão do auxílio emergencial e também reformulação no Bolsa Família.

Segundo os pronunciamentos de Bolsonaro, ambas as propostas estão sendo tratadas como prioridades em sua agenda. Levantando para muitos o questionamento sobre o porquê de tal interesse.

Eleições 2022

Analistas políticos afirmam que a principal motivação de Bolsonaro com os projetos sociais está estritamente ligada ao seu desejo de recandidatura. O gestor deverá concorrer novamente nas eleições presidenciais de 2022, sendo seu principal oponente o ex presidente, Luís Inácio Lula da Silva.

Com a decisão da justiça liberando Lula para as eleições, Bolsonaro passou a se aproximar do público em situação de vulnerabilidade, sendo este o de maior recusa em sua candidatura no ano de 2018. Dessa forma, a concessão do auxílio e aumento no Bolsa Família pode lhe garantir voto.

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Propostas sociais

Nos últimos dias, Bolsonaro afirmou que deseja renovar o auxílio emergencial, podendo aumentar o valor de sua mensalidade para R$ 400. A ideia é que o benefício perdure ao longo do segundo semestre, unificado ao Bolsa Família.

Além disso, o gestor também informou uma reformulação no BF. Entre as principais medidas estão:

Instabilidade com governos estaduais e municipais

Outra ação adotada por Bolsonaro, mas que dessa vez pode inviabilizar sua popularidade é a digitalização do cadastramento do Bolsa Família. A equipe do ministério da cidadania vem trabalhando na criação de um aplicativo para auto inscrição no projeto.

Isso implica dizer que os centros de atendimento sociais dos municípios não serão mais utilizados na triagem. Ao anunciar tal proposta, Bolsonaro passou a comprar uma briga com governos e prefeituras, pois acaba por excluir ambos da gestão do Bolsa Família.

Muitos candidatos o acusaram de centralizar a administração do projeto, de modo que atenda apenas aos seus interesses políticos e econômicos.

Por que prorrogar o auxílio emergencial é importante para Bolsonaro? (Imagem: Reprodução/Veja)
Por que prorrogar o auxílio emergencial é importante para Bolsonaro? (Imagem: Reprodução/Veja)

Popularidade social de Lula é uma ameaça

Não se pode descarta ainda o fato de que o principal opositor de Bolsonaro é justamente um dos nomes mais reconhecidos nacionalmente por sua agenda social.

Enquanto presidente, Lula se tornou referencia pela implementação e fomento de projetos sociais como o Bolsa Família, investiu no sistema público de saúde (SUS) e consolidou demais programas como o Farmácia Popular, Minha Casa Minha Vida, entre outros.

Na contrapartida do público centro e de direita, a agenda política de Lula é fortemente marcada pelo seu interesse social. Diálogo com os sindicados, ampliação de leis que beneficiem o trabalhador, entre outras ações, o tornam uma ameaça para Bolsonaro.

A diferença entre ambos os candidatos é justamente suas atuações em lados opostos. Bolsonaro atente a um público com maior poder econômico, dialoga com empresas e bancos, enquanto Lula em seu discurso afirma lutar pelo povo.

Mudança de estratégia na gestão de Bolsonaro

Com a atual crise econômica fomentando o desemprego, fome e miséria no país, garantir o eleitorado desse grupo vem se tornando cada vez mais essencial para o atual presidente garantir sua reeleição.

Todavia, pesquisas como a Data Folha revelam que sua popularidade está cada vez menor. No último levantamento, 58% da população reprovaram sua gestão a frente do novo coronavírus.

Na pandemia, o gestor vem sendo criticado por ignorar a assistência social, negar compras de vacinas e até mesmo a existência da doença que já matou mais de 450 mil brasileiros.

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Eduarda AndradeEduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.
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