Na última quarta-feira, 19, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) suspendeu a produção de vacinas contra a Covid-19. A decisão foi tomada devido ao atraso na entrega do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) importado da China.
Neste sentido, interrompeu-se o funcionamento de equipamentos utilizados para misturar os ingredientes, envasar e rotular, atividades relacionadas à primeira etapa da produção.
Por outro lado, as máquinas responsáveis pelos testes de esterilidade, estabilidade e produtividade permanecem ativas com o objetivo de testar cerca de 18 milhões de doses que já estão em produção.
A produção das vacinas contra a Covid-19 permaneçam suspensas por, aproximadamente, seis dias. A previsão é para que a situação volte à estabilidade na próxima terça-feira, 25, com a chegada de um novo lote de IFA que possibilitará a produção de mais 12 milhões de doses do imunizante.
Contudo, a Fundação Fiocruz ressaltou que mesmo com a breve suspensão, não irá atrasar a entrega das doses de vacinas para o Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o vice-presidente de Produção e Inovação da Fiocruz, Marco Krieger, a intenção é entregar 100 milhões de doses até o fim do mês de julho.
Na oportunidade, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, confirmou na última quinta-feira, 20, que o IFA deve chegar em território brasileiro nos próximos dias. O lote será dividido entre a Fundação Fiocruz e o Instituto Butantan para a produção da AstraZeneca e Coronavac, respectivamente.
O carregamento de IFA deve chegar ao Brasil neste sábado, 22, contendo duas remessas da matéria-prima. A capacidade extra visa antecipar o lote que deveria ser entregue no dia 29 de maio.
Vale ressaltar que enquanto a Fundação Fiocruz trabalha na produção de novas doses de vacinas contra a Covid-19 mediante a importação do IFA, também há esforços envolvidos no sentido de dar início à própria produção de matéria-prima em território brasileiro.
Com o objetivo de auxiliar nessa atividade, a AstraZeneca já repassou à fundação todos os dados técnicos necessários para a transferência de tecnologia, permitindo a fabricação própria do imunizante.
Neste mês de maio, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já realizou a vistoria responsável por conceder o certificado equivalente às condições técnico-operacionais das instalações (CTO) para a produção própria de IFA. Conforme apurado, a Fiocruz já concluiu a produção de 50 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 desde o mês de fevereiro deste ano.
Um lote contendo três mil litros de IFA chegará ao Brasil na próxima terça-feira, 25, e será destinado diretamente ao Instituto Butantan. O volume da matéria-prima possibilitará a produção de, aproximadamente, cinco milhões de doses do imunizante.