Novo serviço bancário pode gerar dor de cabeça para os brasileiros. Diante da forte crise econômica motivada pela covid-19, a busca por linhas de empréstimo vem crescendo consideravelmente. No entanto, é preciso ficar atento pois há uma venda de um suposto ‘consignado’ que funciona como uma espécie de cartão de crédito. Acompanhe.
Com débitos em atraso, muitos brasileiros passam a recorrer as instituições financeiras para solicitar uma linha de crédito.
Ciente da evolução dessa demanda, há bancos e demais serviços que passaram a ofertar um empréstimo exclusivo para os assalariados, aposentados e pensionistas. Trata-se de um falso empréstimo consignado, que resulta em acréscimos na fatura do cartão.
Como funciona esse falso consignado?
Ao contratar o suposto consignado, o sujeito passa a receber cobranças, no mês seguinte, incorporada no debito total de sua fatura.
Isso significa dizer que o empréstimo opera como um cartão de crédito, não sendo descontado, em seu salário, o valor solicitado, mas sim acrescentadas novas dívidas.
Advogada especialista no direito do consumidor, Daniela Neves explica:
“Quando o cliente contrata essa modalidade de empréstimo, ele não sabe que o valor recebido, no mês subsequente, será incorporado ao débito total da sua fatura; ou seja, está levando gato por lebre”, diz. De acordo com ela, “isso ocorre porque, no momento da oferta, a financeira/ banco omite a informação de que se trata de concessão de crédito rotativo”.
Detalhes da cobrança
Cada parcela ao mês vem comprometendo até 5% do benefício ou salário recebido pelo cidadão, de modo que não haja um abatimento relevante no valor da dívida. O contratante passa a pagar por juros e multa de mora mediante ao percentual do seu cartão de crédito, sendo uma despesa superior em comparação com o consignado.
“Além disso, como o valor descontado mensalmente do benefício é muito pequeno em relação ao crédito obtido, na maioria das vezes, só ocorre o abatimento dos juros do empréstimo, permanecendo o débito principal e tornando a dívida impagável”, esclarece.
Quem for vítima da situação, Daniela orienta o acompanhamento de um advogado.
Já para aqueles que receberem a proposta, é importante ficar atento a todos os detalhes do serviço ofertado, “para que não contrate o crédito rotativo, extremamente prejudicial ao consumidor. Ele deve sempre solicitar o envio de uma via do contrato pelo fornecedor”.