- Bolsonaro anuncia mudança na mensalidade do Bolsa Família;
- Proposta garante reajuste a partir de agosto;
- Governo acumula pastas de reformulação do projeto desde 2020.
Bolsonaro anuncia correções nos valores do Bolsa Família. Nessa quarta-feira (28), o presidente da república informou que deverá aumentar para R$ 250 o pagamento médio ofertado pelo BF. De acordo com ele, a alteração será feita entre os meses de agosto e setembro, após o fim do auxílio emergencial 2021.
Mesmo sendo criticado por conceder um programa de transferência de renda de R$ 150, quando o país vive a maior crise econômica de sua história, Bolsonaro afirma que fará reajustes no Bolsa Família. A informação foi concedida pelo próprio gestor, em coletiva realizada em Brasília.
Reajuste na mensalidade do Bolsa Família
De acordo com o presidente, a atual média de R$ 192 deverá ser modificada em seu governo. Ele informou que o novo valor ficará em torno de R$ 250, garantindo que a implementação já estava prevista no orçamento público e será feita no segundo semestre.
— Hoje a média é R$ 192. O auxílio emergencial tá R$ 250, é pouco, mas é muito maior que a média do Bolsa Família, que a gente pretende passar para R$ 250 agora em agosto, setembro — afirmou Bolsonaro.
O ministério da cidadania, por sua vez, já tinha sinalizado o interesse de fazer reajustes na folha do Bolsa Família. Inicialmente, a proposta seria adotada juntamente com o plano de restauração do projeto, que consolidava ainda a concessão de uma série de novos benefícios.
— O que podemos dizer é que o governo pretende que essa reestruturação e ampliação do Bolsa Família sirva como um anteparo para que não ocorra uma queda tão brusca ao final dos quatro meses de auxílio em 2021. Ou seja, quando chegar o mês de agosto, ampliando um pouco o Bolsa Família, isso possa servir para amortecer (o final), uma vez que o Bolsa Família também está vinculado aos mais vulneráveis — disse o ministro da Cidadania, João Roma.
Propostas não saem do planejamento
É válido ressaltar, no entanto, que o suposto interesse de Bolsonaro em restaurar o Bolsa Família vem sendo debatido desde 2020. Inicialmente seu governo propôs o lançamento de um novo projeto social, intitulado Renda Brasil, onde seria criada uma espécie de carteira única para segurar aqueles em situação de vulnerabilidade.
Todavia, a proposta foi suspensa devido a falta de organização no orçamento da União. A solução sugerida pelo ministro da economia, Paulo Guedes, de congelar salários e cancelar benefícios como o abono salarial, foi reprovada por Bolsonaro.
Na sequência o governo passou a falar sobre a consolidação do Renda Cidadã, que teria a mesma finalidade do Renda Brasil, mas com o custo menor para a União. O projeto também não foi para a frente, pois mais uma vez não houve um consenso entre os gestores para definir sua folha orçamentária.
Defesa e manutenção pelo Bolsa Família
Diante das críticas e pressão popular sobre o futuro social do país, Bolsonaro chegou a ameaçar demitir Guedes, garantindo que estava proibido, em seu governo, falar sobre um novo projeto social. Para ele o foco deveria ser exclusivamente destinado ao Bolsa Família.
Desse modo, um novo debate foi iniciado, o processo de reformulação do BF. O governo afirmou que estaria criando novos benefícios, alterando as faixas mínimas de renda para inclusão no projeto e expandindo o número de pessoas contempladas.
A pauta por sua vez foi congelada e adiada, tendo em vista a imposição do Congresso para a implementação do auxílio emergencial 2021. Desde então, os segurados do BF passaram a contar com um complemento de renda de até R$ 375, ficando mais de 50% menor do que o teto de R$ 1.200 liberado pelo coronavoucher em 2020.
Calendário do auxílio emergencial para inscritos no Bolsa Família
Dígito final NIS | Depósito | |||
NIS final 1 | 16 de abril | 18 de maio | 17 de junho | 19 de julho |
NIS final 2 | 19 de abril | 19 de maio | 17 de junho | 19 de julho |
NIS final 3 | 20 de abril | 20 de maio | 21 de junho | 21 de julho |
NIS final 4 | 22 de abril | 21 de maio | 22 de junho | 22 de julho |
NIS final 5 | 23 de abril | 24 de maio | 23 de junho | 23 de julho |
NIS final 6 | 26 de abril | 25 de maio | 24 de junho | 26 de julho |
NIS final 7 | 27 de abril | 26 de maio | 25 de junho | 27 de julho |
NIS final 8 | 28 de abril | 27 de maio | 28 de junho | 28 de julho |
NIS final 9 | 29 de abril | 28 de maio | 29 de junho | 29 de julho |
NIS final 0 | 30 de abril | 31 de maio | 30 de junho | 30 de julho |