Especialistas devem Bolsa Família para a manutenção de pautas sociais no Brasil. Diante da confirmação de novas parcelas pelo auxílio emergencial, pesquisadores levantam questionamentos acerca das prioridades do governo federal. Estudos comprovam que o BF apresenta um desempenho no combate a pobreza maior do que o coronavoucher. Entenda.
A extensão de novas parcelas do auxílio emergencial acabou por adiar os planos do governo federal de reformular o Bolsa Família. No entanto, os índices revelam que o projeto da era Lula apresenta uma eficácia maior no combate a miséria e desigualdade social.
Desempenho do Bolsa Família
De acordo com dados divulgados pelo economista da ESPM, Leonardo Trevisan, mesmo o valor do auxílio emergencial tendo ajudado milhares de brasileiros, seu resultado não é tão positivo quanto o do Bolsa Família.
Até 22 de dezembro de 2020, o auxílio emergencial gerou uma despesa de aproximadamente R$ 294 bilhões, cerca de 14% do PIB. Na contrapartida, o Bolsa Família contabilizou um gasto de apenas 0,58% ao longo de todo o ano de 2019.
Trevisan, explica que além de mais barato, o Bolsa Família traz um retorno social maior para a população. Tendo em vista que interliga uma série de políticas públicas de inclusão, incentivando a participação dos jovens nas escolas públicas e a atualização de exames médicos.
“A diferença entre o Bolsa Família e o auxílio emergencial, por mais necessário que o último seja, é a vinculação de obrigações impostas às mães das famílias beneficiadas”, afirmou o economista da ESPM.
As contrapartidas colocadas pelo Bolsa Família geram um instrumento fundamental no combate a desigualdade, reforçam os pesquisadores. Com a obrigatoriedade da frequência escolar e consultas médicas, a população passa a ser segurada não só financeiramente, como também se integra aos sistemas públicos de saúde e educação.
Possibilidade de mais segurados
Trevisan explicou ainda que, a realocação dos segurados do auxílio emergencial para o Bolsa Família geraria uma despesa menor do que os atuais custos da união.
“Deveríamos ampliar a base de famílias credenciadas para receber o benefício, passando de 14 para 21 milhões. Ainda assim, o investimento é baixo, subiria dos 0,58% para 0,8% do PIB, o que equivale a 14 bilhões de reais”, diz o economista.