O PIX, nova solução de pagamentos do Banco Central, completou hoje, 16, três meses de funcionamento integral. Neste curto período, ele já domina o número de transferências realizadas, mas ainda fica atrás do TED em valores transacionados.
De acordo com o BC, cerca de 286 milhões de operações foram realizadas via PIX neste ano. Já as TEDs representaram 53,2 milhões de transferências no mesmo período, ou seja, somente 18,5% do total do PIX.
Porém quando falamos sobre valor transacionado, a situação muda. Ao passo que o PIX movimentou R$ 225 bilhões neste ano, as TEDs movimentaram R$ 2,7 trilhões, mais de 10 vezes mais que a nova solução.
Este resultado pode ser explicado, pois 8 a cada 10 transferências feitas pelo novo sistema, ainda são de pessoa para pessoa (P2P). No fechamento do mês de janeiro, foram 81,8% do total nessa modalidade das quase 170 milhões de operações fechadas.
Se a presença de valores trocados por empresas crescesse, causaria um aumento de volume ao PIX, porém os empresários ainda têm dúvidas a respeito da cobrança de taxas e por isso, deixam as operações como eram antes.
Grande parte dos bancos já ofertava transações gratuitas para clientes preferenciais, por exemplo.
As operações realizadas via PIX entre empresas (B2B) ocupam uma pequena parcela de 2,5% do total do mês de janeiro.
O desempenho dos pagamentos por produtos e serviços também estão devagar: de pessoas para empresas (P2B) o montante foi de 8,3%, enquanto de empresas para pessoas (B2P) foi de 7,2% do total transacionado no primeiro mês do ano.
Atrasos na adesão
Além da questão das taxas, os comerciantes ainda não aderiram fortemente ao novo método, pois através dele, só são possíveis pagamentos à vista.
O Banco Central, inclusive, comunicou no fim de 2020 que decidiu deixar para março o início da implementação da oferta do PIX Cobrança para pagamentos com vencimento.
Esta será uma das novas funcionalidades para o sistema de pagamentos instantâneos, que permitirá a lojistas, prestadores de serviços e outros empreendedores emitir um QR Code com vencimento futuro.
De acordo com o BC, os participantes que se encaixam na modalidade provedor de conta transacional devem estar prontos para oferecer aos usuários finais, após 15 de março, a leitura de QR Code, ou o tratamento de Copia e Cola, associado a um PIX Cobrança, para pagamentos com vencimento.