- Governo antecipa 13º salário pelo INSS;
- Especialistas emitem alerta para a população;
- Benefício deve ser gasto em casos específicos.
Antecipação do 13º salário pelo INSS pode salvar a economia brasileira nesse primeiro semestre. Nas últimas semanas, o governo federal anunciou que irá liberar previamente o abono natalino dos aposentados e pensionistas. A decisão leva em consideração os efeitos do novo coronavírus e poderá injetar cerca de R$ 37 bilhões no mercado.
Normalmente, o 13º salário do INSS é concedido em duas parcelas. A primeira com 50% do valor integralmente é ofertada em meados de julho. Já a segunda, também de 50% mas com descontos tributários, é disponibilizada apenas em dezembro. Para este ano, no entanto, o calendário será outro.
13º salário do INSS pago integralmente
De acordo com os informes concedidos pelo ministro da economia, Paulo Guedes, a previsão é de que o benefício seja todo ofertado nesse primeiro semestre.
O governo vem trabalhando para que as parcelas fiquem disponíveis entre abril e maio para que até julho os recursos tenham sido injetados no mercado nacional.
Desse modo, os gestores esperam que haja um maior poder de compra e venda entre parte significativa da população e assim garanta a rotatividade do PIB. Uma das justificativas para a antecipação é de que até julho o país sinta mais forte os efeitos financeiros do novo coronavírus.
Há uma previsão para que de setembro em diante as campanhas de vacinação controlem os índices de contaminação e assim o mercado passe reconquistar seu ritmo gradativamente. Desse modo, antecipando o 13º, o governo libera recursos para a economia sem precisar ampliar sua folha orçamentária.
Opinião de especialistas
De acordo com Fábio Bentes, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a economia nacional deverá receber aproximadamente R$ 37 bilhões ao longo das próximas semanas.
Desse montante é preciso considerar ainda a antecipação do abono salarial PIS/PASEP que também vem sendo trabalhada pelo governo.
“O montante representa mais ou menos 15% do total pago pelo auxílio emergencial em 2020 — R$ 254 bilhões, para 66,4 milhões de pessoas”, afirma Bentes.
População deve ter gasto consciente
Apesar de parecer uma iniciativa positiva, a população deve ficar atenta as formas como gastar os benefícios. Economistas como Sandro Rodrigues, contabilista e fundador da Attend Assessoria Consultoria e Auditoria S/S, explica que a emoção não poderá falar mais alto e que será preciso poupar.
“É importante ter consciência de que, em dezembro de 2021, o cidadão não terá essa parcela que foi antecipada. As despesas natalinas ficarão mais magras. Economizar essa quantia, agora, com um investimento adequado ao seu perfil é a forma mais garantida de ter o Natal nos padrões desejado”, aconselha Rodrigues.
“Pesquise qual é o melhor investimento. Lembro que a poupança está com rendimento atualmente negativo, ou seja, seu poder de compra nas festas de fim de ano ficará menor se essa for a aplicação escolhida”, alertou.
Dívidas quitadas
No caso de quem estiver com o nome sujo na praça, o benefício deve ser usado diretamente para quitar as dívidas. O especialista explica que a renegociação de cartões de crédito, crediário e cheque especial devem ser priorizadas, pois evitará novos juros e despesas futuras.
Outro ponto importante, também apontado por ele é a quitação dos tributos cobrados neste início de ano, como o IPTU, IPVA, IRPF, entre outros.
“Resumindo, o valor recebido antecipadamente deve ser bem utilizado”, sintetiza o entrevistado.
Poupança em mãos
Por fim, aqueles que estiverem sem inadimplência ou demais problemas financeiros, devem optar pela poupança. Conforme explica Fabrizio Gueratto, financista do Canal 1Billhão Educação Financeira, no atual momento do novo coronavírus as possibilidades de desemprego e inflação são muito instáveis.
“Além do pagamento das dívidas, é importante fazer uma reserva de emergência. Se você gasta R$ 1 mil por mês, tem que reservar de R$ 6 mil a R$ 12 mil investidos, por exemplo, na renda fixa”, pontuou Gueratto.
“A terceira dica é fazer uma carteira de investimento diversificada. A renda variável (ações, dólar) — como proteção — não pode ficar de fora. Não tem mais como não correr um certo risco, para lucros maiores em médio prazo”, concluiu.