Durante o primeiro ano de mandato de Jair Bolsonaro, o ministro da Economia Paulo Guedes, disse várias vezes que o preço do botijão de gás poderia ser cortado pela metade. O ministro, porém, nunca citou um preço especifico, somente um percentual.
Em uma destas declarações em junho de 2019, o valor do botijão chegava a R$69,24, ou seja, a metade seria R$35, o que nunca aconteceu.
Atualmente, o preço do botijão de gás chega a até R$105 no Mato Grosso e a R$90 em São Paulo, segundo a ANP (Agência Nacional de Petróleo).
Segundo Gudes, um dos motivos que reduziria o preço do botijão seria uma maior concorrência no setor. Em 2020, a Petrobras vendeu a Liquigás, uma subsidiária que atuava no engarrafamento, distribuição e venda de gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha.
Porém, esta privatização não trouxe uma maior concorrência, pois o que mudou foi apenas o controle da empresa, o que não trouxe a entrada de novas empresas no mercado.
O governo também não criou outras medidas que pudessem estimular a competitividade no setor, que poderiam atrair novas companhias.
“Mesmo que houvesse aumento de produção no Brasil, não teríamos queda no preço. Primeiro porque a Petrobras é a única produtora do GLP por aqui, e outra parcela é importada. Além disso, o GLP, matéria-prima do gás de cozinha, é derivado do petróleo, que tem os preços determinados no mercado internacional. Como a cotação é formada no mercado global, nenhuma empresa vai reduzir preço para ter prejuízo”, explicou Adriano Pires, o analista de energia do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura).
Tarifa social é uma solução
Segundo Adriano, em meio a pandemia do coronavírus, o valor do petróleo subiu 40% entre os meses de julho de 2020 e janeiro de 2021. Esse crescimento no preço do petróleo e o aumento na cotação do dólar, fez com que o GLP também sofresse aumento, afetando o custo final do botijão de gás.
Adriano acredita que só existem duas maneiras de reduzir o preço do botijão de gás: Através de uma intervenção da Petrobras para represamento do preço, ou com a implantação de uma tarifa social, da mesma forma que a aplicada na conta de luz.
Na política de represamento, a Petrobras não repassaria para o preço do produto a variação que acontece no mercado internacional.