Guedes diz evitar prorrogação do auxílio emergencial “para não dar dinheiro ao baile funk”

O Ministério da Economia, que é comandado pelo ministro Paulo Guedes, admitiu a possibilidade de uma retomada do auxílio emergencial. Mas essa opção é vista como uma última alternativa, porém é muito defendida pela oposição do governo.

Guedes diz evitar prorrogação do auxílio emergencial "para não dar dinheiro ao baile funk"
Guedes diz evitar prorrogação do auxílio emergencial “para não dar dinheiro ao baile funk” (Imagem: Reprodução/Google)

Os auxiliares de Guedes afirmam que a tese predominante na pasta é de que seria “incoerente” retomar o pagamento do auxílio emergencial, pois as cidades estão funcionando “normalmente”.

Com o fim do auxílio, diversos trabalhadores tiveram que voltar a trabalhar mesmo com uma segunda onda da pandemia em ascensão.

Um dos membros da equipe de Guedes disse que a ajuda aos trabalhadores foi uma forma deles “não morrerem de fome enquanto estavam em casa”.

Mas, uma das preocupações do ministério está no “financiamento” dos bailes funk. Guedes disse que:

“Tem até baile funk acontecendo. Não vamos dar dinheiro para as pessoas irem para o baile funk”.

O ministro ainda admitiu que a manutenção de uma média de 1 mil mortes diária por um período longo e a adoção de novas medidas de isolamento social, podem forçar o retorno do auxílio emergencial.

O presidente Jair Bolsonaro declarou na semana passada que após 9 meses pagando o benefício ele precisa de um ponto final.

Estados que mais se beneficiaram com o auxílio emergencial

Na região Norte cerca de 6,9 milhões de pessoas receberam o benefício, 2,6 milhões já eram do Bolsa Família. No Nordeste, de 21,9 milhões de beneficiários do auxílio emergencial, 10 milhões estavam no programa que atende famílias em extrema pobreza. 

Segundo a economista Diana Gonzaga, que defende a necessidade de o governo criar uma transição entre o auxílio e outro benefício, com um valor menor, colocando critérios de concessão mais seletivos, porém que amparem os brasileiros enquanto a pandemia não acabar.

Além disso, ela afirma que os sinais pequenos de melhoras nos índices econômicos, como a criação de vagas formais ou aumento da população ocupada, não chegaram às regiões Norte e Nordeste. Cerca de 70% dos empregos que foram criados até o mês de novembro estão no Sul e Sudeste.

Nos estados do Sudeste, a situação dos empregos ainda é incerta para muitas pessoas, cerca de 38,44% do total que é pago por meio do auxílio emergencial R$112,6 bilhões, vão deixar de receber cerca de 26,4 milhões de brasileiros de baixa renda.