2ª onda da Covid-19 pressiona políticos a prorrogarem programa social

Pontos-chave
  • Os parlamentares querem que o auxílio emergencial volte a ser pago em 2021 e justificam o pedido com a 2ª onda da Covid-19;
  • O Ministério da Economia ainda não se posicionou, mesmo diante da alta de casos e mortes no país inteiro;
  • Segundo o Ministério da Economia, a dívida pública atingiu 90% do PIB e o déficit fiscal bateu a marca recorde de R$ 832 bilhões.

Os parlamentares querem que o auxílio emergencial volte a ser pago em 2021 e justificam o pedido com a 2ª onda da Covid-19. O Ministério da Economia ainda não se posicionou, mesmo diante da alta de casos e mortes no país inteiro.

2ª onda da Covid-19 pressiona políticos a prorrogarem programa social
2ª onda da Covid-19 pressiona políticos a prorrogarem programa social (Imagem: Reprodução/Google)

Atualmente, o Brasil contabiliza 8,5 milhões de casos e 210 mil mortes por Covid-19, segundo o Conselho Nacional de Secretários da Saúde. A média diária chega perto de 1.000 e segundo especialistas da saúde, esse número é resultado das festas de Natal e Réveillon.

O bioinformata Marcel Ribeiro-Dantas, pesquisador do Institut Curie, na França, explicou que estamos passando por um período preocupante, mas que muitas pessoas não estão percebendo. Dantas também afirma que as próximas semanas serão ainda piores.

Diante desse cenário, os parlamentares têm feito pressão no governo para prorrogar o pagamento do auxílio emergencial. Alguns integrantes da equipe econômica afirmam que o governo está estudando a possibilidade de dar alguma ajuda financeira aos trabalhadores informais.

Não há como negar que o país está vivendo uma 2ª onda da Covid-19 e que essa não deve acabar nem tão cedo. Por isso, o aumento de gastos públicos para conter e combater a doença é inevitável neste momento.

Porém, segundo o Ministério da Economia, a dívida pública atingiu 90% do PIB e o déficit fiscal bateu a marca recorde de R$ 832 bilhões.  Por esse motivo, há uma grande preocupação em manter o teto de gastos este ano.

Natal e Réveillon e a 2ª onda da Covid-19 no Brasil

Durante o fim do ano houve diversas aglomerações entre amigos e famílias para comemorar o Natal e a virada do ano. Além disso, em muitas cidades foram realizadas festas com “tudo dentro das normas”.

Além de aglomerar, a maioria não usava máscara de proteção e nem respeitava o distanciamento social. Dessa maneira, os efeitos das comemorações começam a serem sentidos agora, após 15 dias.

2ª onda da Covid-19 pressiona políticos a prorrogarem programa social
2ª onda da Covid-19 pressiona políticos a prorrogarem programa social (Imagem: Reprodução/Google)

Isso porque a manifestação da doença demora a aparecer, em até 14 dias após a contaminação para manifestar algum sintoma da doença, como febre, tosse seca, dores, cansaço e falta de paladar ou olfato.

Por isso, mesmo as chances de ter um novo surto da Covid-19 é tão grande, porque esse indivíduo contaminado, que não está sentindo nada, passa a contaminar todos a sua volta, criando novas cadeias de transmissão.

Dessa maneira, a expectativa dos infectologistas é que novos casos venham a aparecer das pessoas que se contaminaram entre os dias 24 e 1º de janeiro. E com isso, essa quantidade de casos seja emendada a outras como a do Enem.

Enem 2020 e a 2ª onda da Covid-19

A primeira fase do Enem 2020 foi aplicada no último domingo (17) e mais de 2,5 milhões de estudantes realizaram a prova, permanecendo por várias horas em locais fechado, sem ventilação e, em muitos casos, aglomerado.

Para piorar, no próximo domingo (24) será aplicada a segunda fase e deve acontecer com os mesmos problemas. Com isso, o resultado de toda essa aglomeração deve se apresentar nos meses de fevereiro e março.

É importante lembrar que as aglomerações com a prova do Enem têm o mesmo efeito cascata que as realizadas nas festas de fim de ano. Já que esses estudantes passaram pelo transporte público até chegar em casa, contaminando todos à sua volta.

Mutações e variantes da Covid

Durante as últimas semanas, cientistas vêm detectando novas variantes do Coronavírus que vem causando grande preocupação nas nações. Três variações se destacam e foram identificadas no Reino Unido, na África do Sul e no Brasil (Manaus).

Segundo os cientistas, essas mutações deixaram o vírus mais infeccioso e pode contribuir para sua transmissão. Isso pode explicar, em parte, o agravamento que a cidade de Manaus-AM vem enfrentando nos últimos tempos.

Atraso na atualização dos dados

No mês de dezembro o país está enfrentando atrasos na digitação dos dados de pacientes com covid-19 confirmada. Esse atraso está acontecendo em todos os estados e pode ser porque setores e departamentos dos órgãos públicos e privados entram em recesso em dezembro.

Glaucia AlvesGlaucia Alves
Formada em Letras-Inglês pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou na área acadêmica durante 8 anos. Em 2020 começou a trabalhar na equipe do FDR, produzindo conteúdo sobre finanças e carreira, onde já acumula anos de pesquisa e experiência.