Nesta terça-feira (5), o presidente Jair Bolsonaro declarou que o país está “quebrado”. Além disso, ele havia afirmado que não consegue “fazer nada”, pelo fato de não obter a aprovação de alguns projetos planejados. No entanto, especialistas rebatem o argumento levantado pelo presidente.
Entre as promessas que não consegue cumprir, Bolsonaro citou a mudança na tabela do Imposto de Renda. Ele também criticou a imprensa pela situação desfavorável da pandemia de covid-19. Segundo ele, a imprensa teria “potencializado” o coronavírus.
Após a declaração de que o país estaria “quebrado”, Bolsonaro ironizou a situação nesta quarta (6) e afirmou que o Brasil “está uma maravilha”. Em seguida, ele acusou a imprensa de fazer uma “onda terrível” da afirmação dita no dia anterior.
Opiniões sobre a declaração de Bolsonaro
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia se posicionou contra a declaração de Bolsonaro. Conforme relatado pelo blog da jornalista Natuza Nery, o comentário do presidente foi “grave e desalentador”.
Maia alega que, desde o fim de 2019 e durante a pandemia, a mensagem de Bolsonaro foi mais parecida com a do deputado que representa corporações do que de presidente que representa o estado.
Segundo o ex-secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, o país não está quebrado. Ao Estadão, ele indica que talvez o presidente tenha tentado dizer que o Brasil ainda terá um déficit primário e crescimento da dívida pública, apesar do cumprimento do teto de gastos e a alta carga tributária.
Diante disso, Mansueto Almeida ressalta que o governo não pode deixar de abrir mão de arrecadação. O motivo para isso seria porque ainda é preciso reduzir rapidamente o desiquilíbrio fiscal ao longo dos anos.
Para a ex-secretária de Fazenda de Goiás e diretora do escritório da Oliver Wyman no Brasil, Ana Carla Abrão, o presidente possui instrumentos para evitar que a situação do país estar em uma situação mais desfavorável se concretize.
Ela alegou ao O Globo que o Brasil não está quebrado, no entanto, a situação fiscal é frágil. Caso o país chegue à situação extrema negativa, Ana Carla Abrão declara que o primeiro responsável seria o próprio presidente.