Os segurados do INSS que dependem de perícia médica estão passando por dificuldades para realizar agendamentos. Com isso, os segurados ficam sem receber os benefícios por tempo indeterminado.
A antecipação do auxílio-doença acabou e agora o segurado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que precisa do benefício dependerá da perícia médica. Porém, eles estão tendo dificuldade no momento de realizar o agendamento.
Em muitos casos, as unidades mais próximas dos cidadãos não possuem agenda disponível, fazendo com que esses precisem se deslocar até outra agência, sendo, até mesmo, com centenas de quilômetros de distância.
O advogado especializado em Direito Previdenciário, João Badari, contou casos ainda piores. Badari falou que precisará judicializar dois casos da cidade de Joanópolis-SP. Os dois casos são sobre o agendamento de perícia médica para a obtenção do auxílio-doença.
A cidade não possui agência da Previdência Social, por isso, os segurados precisam realizar o agendamento em uma das duas cidades mais próximas que possuem agência, Atibaia e Bragança Paulista. Porém, ao tentar agendar foi constatado que não existe vaga.
Por isso, a única alternativa é realizar o agendamento na capital do estado. Com isso, os segurados residentes de Joanópolis precisam se deslocar cerca de 130km de sua cidade. “É um total despreparo do sistema do INSS no momento em que o segurado mais precisa do benefício”, afirmou Badari.
“Ou trabalha doente para obter o sustento da casa ou não tem sustento, e ele não consegue sequer agendar a perícia. Não existe a oportunidade de pedir o benefício por incapacidade, seja ele pelo telefone 135, porque não tem vaga nas agências, seja porque agora não existe mais a possibilidade de enviar o laudo pela internet. Ele também não consegue marcar uma perícia pelo Meu INSS (aplicativo ou site), porque não existe nem a aba no sistema”, continuou o advogado.
A presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), Adriane Bramante, relatou que a entidade tem recebido reclamações há dez dias.
“Isso está acontecendo de forma sistêmica, em vários estados. O que pudemos perceber até agora é que é um problema do sistema do INSS. Conversei com alguns peritos que afirmaram que a perícia não está pendente de processos, as agendas estariam disponíveis. Acredito que seja uma instabilidade do sistema. Mas há várias agências que não têm datas disponíveis quando o segurado tenta marcar”, afirmou Bramante.
