Roubos no Caixa Tem acende discussão sobre vulnerabilidade do app; veja o que dizem os especialistas

A quantidade de golpes envolvendo o FGTS emergencial por meio do aplicativo Caixa Tem só tem aumentando a cada dia. Com isso, a segurança do app está sendo questionado pelos beneficiários e especialistas, porém, há quem defenda que o serviço é seguro.

Roubos no Caixa Tem acende discussão sobre vulnerabilidade do app; veja o que dizem os especialistas
Roubos no Caixa Tem acende discussão sobre vulnerabilidade do app; veja o que dizem os especialistas (Imagem: Reprodução/Google)

Desde o início dos pagamentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço na modalidade emergencial trabalhadores se queixam de roubos por meio do aplicativo disponibilizado pela Caixa Econômica Federal para a efetuação do recebimento e consulta do valor.

De acordo com as vítimas, os golpistas realizam o cadastro no aplicativo, antes mesmo dos verdadeiros trabalhadores e sacam todo o valor.

As pessoas reclamam que o app solicita dados simples, como nome, data de nascimento, CEP e CPF, o que são, muitas vezes, fáceis de ter acesso por outras pessoas.

Com os dados em mãos, os golpistas acessam o Caixa Tem e usam um e-mail falso e completam o cadastro, fazendo o roubo do benefício. O banco não informou a quantidade de pessoas que sofreram o golpe.

FGTS emergencial

O FGTS emergencial foi disponibilizado aos trabalhadores que possuem saldo de contas ativas ou inativas, com o intuito de ajudar esses cidadãos a enfrentar os impactos gerados pela pandemia de Covid-19.

Os saques ou transferências, para outra conta da Caixa ou outro banco (sem cobrança de taxa), podem ser realizados pelo aplicativo Caixa Tem, assim como a realização da consulta do extrato e saldo.

Cada trabalhador pode sacar até um salário mínimo de suas contas do FGTS, ou seja, até R$1.045. Porém, aqueles que não quiserem usufruir dessa possibilidade pode realizar o desfazimento tendo todo o valor devolvido a conta do Fundo, com suas devidas correções e sem nenhum prejuízo.

Insegurança no Caixa Tem

Segundo o especialista em segurança da informação, Thomas Ranzi, em entrevista ao portal UOL, há duas falhas no sistema do aplicativo desenvolvido pela Caixa. Primeiro, o dinheiro fica disponível, mesmo que o trabalhador não tenha solicitado o serviço.

“Diferentemente do auxílio emergencial, não há um pedido para depois haver uma liberação (dos R$ 1.045 do FGTS). Houve uma liberação sem questionamento, compulsória, digamos assim. Tenho certeza de que há muita gente que nem sabe que foi roubada”, afirmou Ranzi.

O outro problema é a exigência de poucos dados de comprovação de identidade. “Algum dado do FGTS (poderia ser exigido), número do PIS, número da carteira (de trabalho). A Caixa tem infinitas possibilidades de validar um usuário”, afirma o especialista.

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Glaucia Alves
Formada em Letras-Inglês pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Atuou na área acadêmica durante 8 anos. Em 2020 começou a trabalhar na equipe do FDR, produzindo conteúdo sobre finanças e carreira, onde já acumula anos de pesquisa e experiência.