A inflação dos alimentos subiu 9,75% e quem sofre é a população brasileira mais carente, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Entre os meses de janeiro e outubro, a inflação sentida pelas famílias de baixa renda foi de 3,68%, enquanto a classe alta ficou em 1,07%.
Todo o brasileiro está percebendo o aumento de preços no supermercado, sendo essa a inflação mais nítida para a população. Segundo dados do Ipea, as famílias mais vulneráveis sentiram uma inflação de 3,68% na comida, enquanto que as famílias ricas só ficou em 1,07%.
Para realizar a pesquisa o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada considerou os dados divulgados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), ambos apurados pelo IBGE.
De acordo com a pesquisa, as comidas e bebidas tiveram um aumento de 9,75% entre o início do ano até outubro. De acordo com o IPCA-15, só no mês de outubro o aumento foi de 2,31%. Considerando apenas os produtos consumidos no dia a dia, o aumento foi de 12,69% nos preços.
Com isso, o percentual da inflação dos alimentos percebida pelas famílias mais pobres foi de 5,48% nos últimos 12 meses (até outubro). Esse resultado está bem acima do que a meta definida pelo Banco Central, de 4,0%. Já entre os ricos, a inflação é bem inferior, chegando a 2,50% no mesmo período.
Maria Andréia Parente Lameiras, técnica da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, responsável pelo cálculo do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, explicou “Os alimentos no domicílio representam 30% do cálculo da inflação da baixa renda. Enquanto que entre a dos mais ricos não chega a 10%. Então o impacto do aumento de preços acaba sendo muito menor entre os mais ricos”.
Dessa maneira, o aumento no preço da comida afeta, principalmente, as famílias que recebem menos, já que essas destinam um valor maior de seu orçamento mensal para a compra de alimentos.
O Ipea divide a população em seis faixas de renda familiar mensal. O grupo de renda mais baixa é a que recebe menos de R$ 1.650,50 mensais, enquanto que a faixa de renda mensal maior é acima de R$ 16.509,66.